O mundo presenciou no final do ano de 2019 o início da calamidade ocasionada pela pandemia pelo vírus SARS-CoV-2. Diante de tantas mortes, consequência da falta de tratamento específico para a Covid-19, inúmeros cientistas deram início a estudos no intuito de encontrar medicamentos para reduzir as mortes ocasionados pelo acometimento da doença. Perante o desespero e o medo da doença, inúmeras pessoas começaram a realizar a prática de automedicação e os profissionais da saúde, por estarem sob pressão, aderiram a famosa “empurroterapia” dos possíveis medicamentos que poderiam ser eficazes contra a doença. Visto que o uso de medicamento de maneira irracional é prejudicial a saúde, os estudos que apontam essa realidade na população se tornam de grande relevância, uma vez que poderão auxiliar na demonstração do quanto a difusão de informações de forma imprudente pode trazer complicações graves principalmente quando envolve a utilização de medicamentos sem o devido respaldo científico. Os estudos clínicos randomizados, duplo-cego e placebo controlados são os de melhor qualidade metodológica, apesar do alto custo. O presente estudo teve como objetivo investigar a proporção de pacientes que utilizaram medicamentos para tratar ou prevenir a Covid-19. Questionários foram aplicados durante a realização de algum tipo de exame para detecção da doença. Participaram do estudo 52 pacientes com idade média de 38 anos, sendo 73% do sexo masculino. A análise dos resultados mostrou que aproximadamente 62% das pessoas que procuraram o laboratório fizeram uso de algum medicamento. Outros estudos associados a medicamentos no tratamento da Covid-19 enfatizam as inúmeras consequências pelo uso de medicamentos sem relevância científica, devido seus efeitos tóxicos em doses incorretas e posologia inadequada. Ainda é necessário salientar o perigo que a associação de medicamentos pode acarretar ao paciente, como problemas renais, intoxicações, doenças hepáticas, dentre outras patologias.