Este artigo teve como objetivo realizar uma análise dos impactos da pandemia de Covid-19 na vida dos agricultores e produtores familiares brasileiros. O método utilizado foi uma revisão bibliográfica. Para a busca dos trabalhos, foram usados descritores de maneira a abranger aspectos relacionados às dimensões produção, renda familiar, crédito e auxílio emergencial. Os resultados desse estudo mostram que a pandemia impactou negativamente os pequenos produtores rurais de forma multidimensional: produção, renda e crédito. De maneira geral, pode-se constatar que o setor da produção familiar e da comercialização agropecuária foram muito afetados, havendo perdas econômicas expressivas, muito mais intensas nas famílias mais vulneráveis. Como alternativa para superar a dificuldade de comercialização imposta pela pandemia, os agricultores buscaram novos mercados para continuar a atender aos consumidores e escoar a produção que se encontra parada. Em relação aos impactos no crédito, as divididas dos produtores e agricultores familiares foram prorrogadas, contudo o maior impacto foi nos juros cobrados no Pronaf e o montante disponível para crédito muito inferior ao destinado aos grandes produtores. Infelizmente, sabe-se que, independentemente da pandemia, os agricultores familiares não têm alto reconhecimento no Brasil frente às políticas públicas, como se observa em diversas análises, sejam elas sociais, estatísticas, jurídicas e até mesmo econômicas. Somado a isso, existem recentes movimentações de cunho político que visam aprofundar ainda mais os seus obstáculos.