Introdução: Trabalhadores constantemente expostos a ruído, como os do ramo industrial, podem vir a apresentar efeitos auditivos e não auditivos, dentre os quais, o mais comumente relatado é a perda auditiva. Além deste, outros efeitos auditivos frequentes são: zumbido, plenitude auricular, intolerância a sons intensos, otalgia e dificuldade de compreensão de fala. Objetivo: Verificar os efeitos auditivos referidos pelos trabalhadores expostos ao ruído em uma indústria de embalagens da Região Metropolitana de João Pessoa/PB. Métodos: O estudo apresenta delineamento analítico, observacional e transversal. Foi realizada uma entrevista com os participantes utilizando o Protocolo de Impacto do Ruído na Saúde do Trabalhador de Santos, Andrade e Soares (2021) com 146 trabalhadores de ambos os gêneros, com idade entre 18 e 62 anos e que estavam expostos ao ruído na empresa de embalagens. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley. Resultados: Os efeitos auditivos mais relatados pelos trabalhadores foram dificuldade de compreensão de fala (65,1%) e intolerância a sons intensos (58,2%). Os trabalhadores do sexo masculino e com idade de até 25 anos referiram mais efeitos auditivos em relação ao sexo feminino e sujeitos com idade superior. Todos os trabalhadores referiram usar protetor auditivo, principalmente do tipo inserção. Conclusão: A prevalência dos efeitos auditivos foi alta na população estudada, especialmente a dificuldade de compreensão de fala e a intolerância a sons intensos. Apesar do notório cuidado da empresa em relação à saúde do trabalhador, se faz necessário um estudo mais aprofundado para possibilitar a adoção de estratégias que visem à minimização do impacto do ruído sobre o trabalhador.