“…Inspirados no fenômeno da urbanização extensiva (Mont-Mór, 2006), movimento que retrata a extensão das condições e modos de vida urbanos para além das cidades, os autores chamam a atenção para os novos significados assumidos pelos parques localizados nas áreas rurais, que passam a integrar a zona simbólica ampliada das metrópoles (Chambers, 1990;Soja, 2008), desempenhando novos papéis: reservas energéticas, laboratórios de pesquisa e de educação ambiental, e também, estratégia para garantia de qualidade ambiental nos ambientes urbanos (fornecimento de água, espaços verdes, qualidade do ar, entre outros). O retorno às origens e a necessidade de contato com a natureza e com o mundo selvagem (Diegues, 1994) -justificativas do movimento inicial de criação de áreas protegidas no mundo ocidental (Medeiros, 2003;Diegues, 1994) -são novamente valorizados diante do caos instalado nas cidades, ao passo que a visita aos parques representam uma possibilidade de redução de estresse, descanso, lazer, recreação, cura, reconexão, prática de esportes, contemplação paisagística (Sancho-Pivoto et al, 2020;Raimundo & Sarti, 2016) Nesse contexto, McCormik (1992) aponta que a criação dos primeiros parques nacionais nos Estados Unidos esteve associada a esse movimento de valorização da natureza, pois as cidades em industrialização e urbanização crescentes não podiam mais oferecer ambientes naturais adequados. E, mais que isso, nos EUA a criação desses parques obedeceu a uma visão da sociedade urbana, cujo objetivo era oferecer locais nos quais o citadino pudesse de tempos em tempos admirar e reverenciar a natureza (Diegues, 1998).…”