Acompanhou-se durante 15 meses um rebanho leiteiro, composto por diferentes graus de sangue Holandês-Zebu (HZ), em sistema semi-intensivo. Objetivou-se avaliar o comportamento longitudinal da contagem de células somáticas (CCS) e a influência da mastite subclínica (MS) na produção total e no pico de produção de leite de vacas mestiças HZ. Inicialmente, coletaram-se amostras de leite individual para análise microbiológica, a fim de identificar o perfil de patógenos causadores de mastite. Realizou-se mensalmente a CCS com o intuito de monitorar a MS. Semanalmente, avaliou-se a produção de leite. Para avaliar o efeito da CCS sobre a produção de leite, as vacas foram divididas em dois grupos, <200.000 e ≥200.000 células/mL. Os patógenos encontrados foram Streptococcusambientais (34%), células leveduriformes (29%), Staphylococcuscoagulase negativa (31%) e Staphylococcus aureus (6%), com CCS de 1.100.000, 845.000, 275.000 e 620.000, respectivamente. A CCS média variou de 255.000 a 975.000 cél./mL, com prevalência média de 42% de MS. Vacas primíparas com MS apresentaram redução da produção total de leite quando comparadas às primíparas sem MS (P<0,05). Em contraste, a produção total das vacas multíparas não foi alterada. Não foram observadas diferenças entre a CCS, a produção total e o pico de produção nos diferentes graus de sangue HZ (P>0,05). A CCS das vacas diferiu (P<0,01) entre a secagem e o pós-parto imediato. A manutenção das condições de elevado risco ambiental em rebanho leiteiro manejado em sistema semi-intensivo pode minimizar as variações na ocorrência de MS nos períodos de verão e inverno, possibilitando a expressão do problema em vacas de diferentes graus de sangue HZ. Em um rebanho caracterizado pela ocorrência de mastite predominantemente ambiental, a produção de leite na lactação total de vacas primíparas com CCS superior a 200.000 cél./mL é reduzida em comparação com vacas com CCS inferior a 200.000 cél./mL, o que não foi observado em vacas multíparas.