O trabalho policial é caracterizado por demandas físicas e mentais intensas que, combinadas, contribuem para diversos problemas de saúde característicos dessa profissão, inclusive o desenvolvimento de alterações osteomusculares. Logo, objetivou-se identificar as possíveis relações entre a exposição a fatores de risco psicossociais no trabalho e o desenvolvimento de disfunções osteomusculares. A pesquisa envolveu 103 policiais militares, 15 mulheres (14,56%) e 88 homens (85,44%), com média de idade de 42,15 anos (DP = 7,14), tais participantes responderam à Escala de Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto Laboral e à versão brasileira do Nordic Musculoskeletal Questionnaire. Os resultados indicaram que 73,66% dos participantes apresentaram pelo menos dois sintomas osteomusculares e 58,13% se afastaram do trabalho, salienta-se que os sintomas mais presentes estavam relacionados à região superior do corpo e aos joelhos. Ademais, identificou-se que grande parte das dimensões relativas aos estressores laborais se correlacionaram positivamente com a presença de sintomas osteomusculares; e que a pressão do grau de responsabilidade e a falta de suporte social apresentaram correlações negativas com a busca de atendimento especializado. Os resultados sugerem que as demandas físicas intensas do trabalho policial e os fatores relacionados à configuração do trabalho interagem de forma negativa na saúde destes cidadãos-trabalhadores, tornando essencial o olhar direcionado às condições físicas e psicossociais no contexto laboral da Segurança Pública, bem como à prevenção das disfunções osteomusculares.