RESUMO A utilização de materiais nanoestruturados sintetizados a partir de sais metálicos tem atraído cada vez mais a atenção de pesquisadores e indústrias no sentido de desenvolver aplicações inovadoras em áreas como a de energia, saúde e alimentos. A prata, o cobre e o óxido de zinco, por apresentarem propriedades antibacterianas, possuem um grande potencial para aplicação como substituintes aos tradicionais agentes antibacterianos organoclorados e derivados de arsênio. O óxido de zinco, por apresentar baixíssima toxicidade às células humanas, não sendo classificado como metal pesado e por ser um material biocompatível, aparece como alternativa em aplicações como na área médica e no tratamento de água para o consumo. O presente trabalho teve como principal objetivo sintetizar nanopartículas de óxido de zinco pelo método do poliol, e avaliar a atividade antibacteriana destas nanoestruturas contra a bactéria Gram negativa Escherichia coli. As sínteses foram conduzidas na presença e ausência da poli(vinil pirrolidona) para investigar a influência deste agente estabilizante nas propriedades morfológicas das nanopartículas obtidas. Todas as amostras foram caracterizadas por espectrofotometria na região do UV-Vis, difratometria de raios-X, microscopia eletrônica de varredura com efeito de campo e microscopia eletrônica de transmissão. Testes para avaliação da atividade antibacteriana com diferentes quantidades de nanopartículas de óxido de zinco sintetizadas sem a poli(vinil pirrolidona) foram conduzidos conforme a norma ASTM E-2149. Os resultados obtidos demonstraram que o método do poliol foi capaz de produzir nanopartículas de óxido de zinco com elevado grau de pureza e diâmetro médio em torno de 20 nm, na ausência ou presença da poli(vinil pirrolidona). Os ensaios microbiológicos comprovaram que as nanopartículas de óxido de zinco produzidas apresentaram excelente atividade antibacteriana contra a bactéria Escherichia coli quando aplicadas em concentrações superiores a 50 mg.L-1.