IntroduçãoOs efeitos ergogênicos da cafeína em exercícios predominantemente aeróbios já foram bastante explorados e fundamentados. Neste segmento, tem sido sugerido que a ingestão de cafeína aumenta a mobilização de ácidos graxos livres causando uma economia de glicogênio muscular (GRAHAM, 2001), além da sua atuação no sistema nervoso central (KALMAR e CAFARELLI, 2004). No entanto, em relação a exercícios com predominância do metabolismo anaeróbio o efeito da ingestão de cafeína ainda apresenta resultados contraditórios (COLLOMP et al., 1992; KANG et al., 1998;ROBERTS et al., 2007). Para nosso conhecimento, não foram encontradas na literatura pesquisas que avaliaram os efeitos do consumo de cafeína no desempenho dos 200m rasos. A maior parte dos estudos que investigaram o efeito da ingestão de cafeína utilizou o ciclismo; alguns observaram melhora no rendimento (WOOLF et al., 2008) e em prova de contra-relógio na distância de 1 km (WILES et al., 2006). Entretanto, outras pesquisas não encontraram melhora no desempenho após a administração de cafeína no teste de Wingate (GREER et al., 2006;HOFFMAN et al., 2007) e esforço máximo de 15 s no ciclismo (WILLIAMS et al., 1988). Além disso, foi demonstrado que a ingestão de cafeína melhorou o rendimento dos 100m livre na natação em indivíduos treinados, Motriz, Rio Claro, v.19 n.2, p.298-305, abr./jun. 2013
Effect of caffeine ingestion on 200 meter running performanceAbstract: The aim of this study was to investigate the influence of caffeine ingestion on 200 meters performance (200 m). Seventeen physical education students (21.5 ± 2.15 years; 175.9 ± 5.5 cm; 74.1 ± 10.04 kg) performed on two different days two performances of 200 m. One hour before the performance the participants ingested a gelatin capsule containing either caffeine (6 mg.kg -1 ) or placebo in a randomized double-blinded manner. Were analyzed the end time of the 200 m race and blood lactate ([La]; rest, prewarm-up and post-test) Caffeine intake decreased the time to overcome 200 m race compared to placebo intake (27.398 ± 1.626 and 27.596 ± 1.714 s, respectively) and increased blood lactate concentration [La] pre-warm-up (1.236 ± 0.497; 1.064 ± 0.330 mM, respectively) without modification in [La] peak. Thus, we conclude that caffeine intake exert an ergogenic effect on anaerobic performance, however analyzing the [La] peak, this improvement does not seem to be related to increased glycolytic flux.