O objetivo do estudo é estimar a prevalência da violência física contra idosos no ambiente doméstico em população adstrita ao Programa Médico de Família de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Por meio de um inquérito de base populacional, foram entrevistados 322 indivíduos com 60 anos ou mais, selecionados através de amostragem aleatória simples a partir do censo de idosos adstritos a seis equipes de saúde da família. Para detecção de violência física contra idosos, utilizou-se a versão em português da Conflict Tactics Scales (CTS1). A violência física de qualquer gravidade foi relatada por 10,1% (IC95%: 6,7; 13,4) dos entrevistados, enquanto que 7,9% (IC95%: 4,9; 10,8) referiram ter sido vítimas de violência física grave no ano anterior à entrevista. A violência esteve mais presente entre os mais novos, os que moram com maior número de indivíduos, os com história de diabetes e/ou doença articular. A grande magnitude do evento, sua maior prevalência entre indivíduos que apresentam outras vulnerabilidades e suas conseqüências negativas à saúde impõem que a Estratégia Saúde da Família incorpore ações para o enfrentamento da violência física contra idosos às suas atividades de rotina.