Os professores e o medo da mídia mecanismos práticos que ajudam no seu combate e na sua superação. E os mais importantes são a informação e a quebra dos preconceitos.
dOis casOs baseadOs em fatOs reaisA professora Joana, do ensino básico de uma escola (aqui não importa se pública ou privada), está revoltada na sala dos professores. Reclama que as alunas não param de elogiar o ator Lázaro Ramos na nova novela da Globo, Lado a Lado. Dos garotos, ouviu de relance que as cenas da capoeira no mesmo folhetim é que estavam atraindo a atenção.Segue-se a essas observações uma lista de desqualificações da TV um tanto conhecida: a primeira delas é a sua hegemonia na agenda dos jovens -acrescentadas pela extensão agora fornecida pela internet com fotos, resenhas dos capítulos, twiters dos admiradores e dos próprios atores e produtores, chats, comentários nas redes sociais, a lista não tem fim! Depois, há a sua manipulação de sentimentos, a alienação dos verdadeiros problemas, a supressão das alternativas de entretenimento, como livros, teatro, atividades ao ar livre. Por fim, mas não menos importantes, há a superficialidade, o desprezo e a irresponsabilidade com que a mídia popular trata a história, como no caso de Lado a Lado, que aborda o início da República e suas questões sociais mais relevantes, como a inserção dos ex-escravos na sociedade.Em outra sala, desta vez em um curso superior, o professor Alberto explica as novas tecnologias que estão por vir. Uma delas é o e-code, uma reformatação do conhecido código de barras que promete trazer muito mais informações quando não ligar diretamente, via internet, o usuário e cliente às empresas. Essa é uma tecnologia nova e o professor Alberto confessa que não tem ainda muitas informações sobre ela, prometendo aos estudantes que, uma vez capacitado, trará para a sala de aula. Nesse momento, alguns alunos levantam a mão, pedem licença, sacam seus celulares, entram na internet e demonstram aos demais colegas o sistema, já instalado em seus aparelhos. Não há conotação, pelos estudantes, de superioridade, apenas um espírito de colaboração com o mestre, mas o Prof. Alberto fica arrasado. Parte da sua aula foi dada pelos mesmos alunos para os quais ele deveria ensinar os conhecimentos que acabou de aprender.A revolta da Profa. Joana e a angústia do Prof. Alberto podem ter a mesma causa: o medo. Ou os medos. Porque podem ser classificados em diferentes gêneros. Desde o medo do novo, do desconhecido, que nos acompanha desde sempre, como o medo social de ser superado, de se tornar um pária entre os seus pares, ou mesmo o medo psíquico do desprezo, da