Embelezamento, mídia e construção do corpo em narrativas de crianças

Abstract

Este artigo nasce de uma pesquisa de doutorado cujo foco recai sobre a produção da imagem corporal de crianças na faixa etária entre 6 e 12 anos, pertencentes a diferentes realidades sociais e econômicas, frequentadoras de salões de beleza no Distrito Federal. Trata-se de uma etnografia, com abordagem antropológica da infância, a partir de uma perspectiva interseccional com marcadores sociais de diferença, tais como classe e raça. Apresentam-se dados que revelam a recorrência de crianças frequentadoras de salões assistindo a vídeos veiculados no YouTube protagonizados por outras crianças, as quais produzem o embelezamento de suas imagens corporais (maquiagem, cortes de cabelo, adornos). A partir da análise dos diálogos das crianças espectadoras desses vídeos, buscar-se-á refletir sobre como tais conteúdos audiovisuais reverberam nos processos de produção de suas autoimagens e subjetividades. O artigo convida a pensar como as crianças protagonistas e espectadoras dos vídeos estão, a todo instante, negociando com um mercado estético e cosmético a cada dia mais globalizado e sendo atravessadas por ele.

Dialogando com pesquisas sobre Youtube e educação

“…Medeiros (2019) disserta sobre o ensino de Física, mais especificamente, sobre o tema Ondas, fundamentando-se em teóricos como Eric Mazur e Lev Vigotsky. O autor desenvolveu sua pesquisa em duas turmas do Ensino Médio e utilizou a metodologia da sala de aula invertida, na busca de tornar o processo de ensino mais colaborativo, contribuindo, assim, para uma aprendizagem mais significativa.…”

“…Ainda nessa vertente, Oliveira (2019) apoia-se em teóricos como Lev Vigotsky, José Manuel Moran e Marcos Tarciso Masetto para investigar a elaboração de uma intervenção pedagógica com o auxílio das tecnologias de informação e comunicação. Seu trabalho trata, então, da produção de vídeos para o YouTube por estudantes do Ensino Médio e de como essa experiência pode auxiliar na aprendizagem de Elementos Químicos.…”

“…Além disso, consideramos relevante consultar os repositórios digitais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Luterana de Canoas (ULBRA), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), bem como os anais digitais do Seminário Brasileiro de Estudos Culturais e Educação, por entendermos que, nessas instituições e no referido seminário, seria possível localizar trabalhos vinculados à perspectiva dos Estudos Culturais em Educação, à qual nossas pesquisas se filiam. A opção pelo recorte temporal de cinco anos (2014)(2015)(2016)(2017)(2018)(2019) ocorreu pelo fato de que os estudos sobre o YouTube se tornaram mais frequentes no Brasil durante esse período. Dos trabalhos encontrados, nove são da área da Educação; seis, da área de Comunicação; dois, da área de História; um, da área de Química; um, da área de Física; um, da área de Administração; um, da área de Ciências Sociais; e um, da área de Gestão de Políticas Públicas.…”