RESUMO: este artigo particulariza dados de uma pesquisa e teve como objetivo descrever a opinião dos docentes acerca da inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais e conhecer os fatores que justificam essas opiniões, após seis anos da implementação de um decreto Português que teve o objetivo de promover a igualdade de oportunidades, valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino. Foram inquiridos 244 docentes de escolas públicas e privadas do Porto, através de um instrumento constituído por cinco vinhetas que descreviam diferentes funcionamentos de crianças. Os resultados indicaram que as crianças descritas com funcionamentos compatíveis com Perturbação de Espetro de Autismo e Paralisia Cerebral foram as menos aceitos, sendo as justificações aduzidas a falta de formação, a impossibilidade de despender o tempo de ensino necessário e a exigência dos outros alunos obterem bons resultados acadêmicos. A formação em Educação Especial apenas estava associada à maior aceitação de alunos com Paralisia Cerebral, e ser docente-educador versus professor do 1º ciclo influencia a aceitação de alunos com Perturbação de Espetro de Autismo, Paralisia Cerebral e Atraso Global de Desenvolvimento/Dificuldades de Aprendizagem. Os docentes do ensino privado evidenciaram maior aceitação dos alunos descritos do que os do público.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial. Inclusão. Ensino público/privado.ABSTRACT: This article presents research data and aims to describe the opinion of teachers on the inclusion of students with special needs, exploring the factors that justify their opinion after six years of the Portuguese Decree implementation which aimed to promote equality of opportunities, to value education and to promote improvement in teaching quality. The study included 244 teachers, from public and private schools of Porto through an instrument composed by 5 vignettes with the description of the children's behaviors. The results revealed that behaviors compatible with Autism Spectrum Disorder and Cerebral Palsy were less accepted. The justifications were placed on the lack of training and time to support the child, due to the need of meeting curricular and achievement demands. It also revealed that the training in Special Education was only associated with the students with Cerebral Palsy, and that being kindergarten teacher vs. elementary school teacher influences the acceptance of students with Autism Spectrum Disorder, Cerebral Palsy and Global Developmental/Learning Disabilities. Private school teachers showed a better acceptance of these students in comparison with the ones from public schools.