A partir da experiência da Fundação Casa Grande (FCG), Nova Olinda, CE, este artigo reflete sobre a dimensão contra-hegemônica no Turismo de Base Comunitária (TBC). Atividades de TBC, ao usarem como parâmetros de sucesso métricas mercadológicas, desconsiderando indicadores de desenvolvimento e inovação social podem não estar alinhadas com seus princípios basilares. As atividades de TBC da FCG têm transformado a realidade local. A organização das atividades via microempreendimentos, com a “empresarização”, mesmo que seguindo conceitos e práticas relacionados à inovação e ao empreendedorismo social, traz questões importantes para pensar o TBC. Apresentamos e analisamos este percurso, por meio da literatura pertinente e a partir de visitas a campo, com observação direta e conversas informais. O artigo resulta em novas reflexões, mais do que respostas. O turismo praticado pela FCG está em consonância com os princípios do TBC, mesmo quando imerso em um sistema capitalista, com a lógica do empreendedorismo, buscando imprimir uma configuração social e participativa às atividades realizadas.