Enfrentando as estatísticas: estratégias para permanência de mulheres em STEM

Abstract

As mulheres que seguem carreira nas áreas de STEM -Ciencia, Tecnologia, Engenharia e Matemática -vêm sendo estatisticamente sub-representadas no mercado de trabalho e na academia. Fenômenos que ajudam a explicar o cenário são os chamados "efeito tesoura", "teto de vidro" e "leaky pipeline", abordando como as mulheres enfrentam obstáculos que dificultam a permanência em STEM, assim como ascensão a posições de poder. Diante dessas questões, o presente artigo constitui-se num estudo teórico que mapeia e discute estratégias que podem contribuir para o aumento da permanência e ascensão das mulheres em STEM. Conclui-se que tais estratégias englobam ações iniciais tanto na infância e adolescência, no âmbito escolar, quanto na fase adulta, referentes ao ensino superior, aos ambientes de trabalho e à construção do autoconceito da mulher.

STEMulheres: Empoderando a Participação Feminina nas Ciências e Tecnologias

“…Uma análise histórica revela que, no Brasil, os primeiros cursos universitários criados, como Medicina, Direito e Engenharia, foram inicialmente destinados a atender às chamadas "profissões imperiais". Esse enfoque contribuiu para a hierarquização de carreiras na formação para o mercado de trabalho, resultando em disparidades entre os estudantes dessas áreas ao longo do tempo [2].…”

“…A participação nessas áreas ainda é baixa, representando apenas 33% dos trabalhadores STEM na região. O Censo da Educação Superior de 2021 revelou que as mulheres correspondiam a apenas 13,3% das matrículas nos cursos presenciais de graduação na área de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação, e 21,6% na área de Engenharia e profissões similares [2].…”

ROBÔCHICAS: Capacitação e Empoderamento Feminino nas Ciências e Tecnologias

“…Segundo Boffi, et al 2021 "A presença das mulheres nas carreiras de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) tem sido alvo constante de pesquisas nos últimos anos. Isso se deve a um aglomerado de fatores, dentre os quais estão os movimentos feministas e a maior abertura das universidades e do mercado para as mulheres" apud (Klanovicz, 2016).…”

Inclusão Feminina em STEM: Experiência do Projeto GECET Através de Atividades de Programação

“…Por várias razões, as adolescentes, mesmo aquelas que gostam de matemática na escola, ficam desencorajadas a buscar educação e carreiras em tecnologia. Não há evidências claras de por que isso acontece, mas algumas teorias sugerem que a falta de modelos femininos em STEM pode ser um fator significativo [2,3], uma vez que, ausentes de referências em seus ambientes, essas meninas não reconhecem possibilidades de escolha vocacional além das que permeiam seu cotidiano, escolhendo carreiras em áreas que parecem ser uma escolha mais óbvia para as mulheres [8]. É por isso que os modelos femininos são cruciais para as meninas, e este processo deve começar o mais cedo possível na escola, mas idealmente no ensino primário.…”