A introdução da lei nº 13.415/2017 e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) causaram profundas mudanças sobre a Educação Básica nacional, refletindo na reformulação dos currículos estaduais e municipais de todo país e na alteração dos conteúdos das disciplinas escolares, em especial da Geografia voltados ao Ensino Fundamental e Médio. O objetivo deste artigo é analisar de forma crítica a implantação destes documentos na rede estadual paulista de Educação, assim como os impactos sobre o ensino de Geografia através dos itinerários formativos no Ensino Médio, além de reflexões e possíveis caminhos para o ensino da Geografia, pautados na compreensão de que o currículo, sua construção e prática não devem estar desassociados do trabalho docente e sua relação na construção coletiva do conhecimento escolar, justamente por tratar-se de um projeto institucional de sociedade. Através de uma leitura dialética do processo histórico de elaboração e reprodução dos documentos, evidenciou-se o contexto político de produção da BNCC e sua rápida inserção na reformulação do currículo Paulista, tendo, a parte voltada ao Ensino Médio, sido inserida durante o contexto de pandemia, onde professores e comunidade escolar demonstravam fragilidade em sua articulação para contestação. A pesquisa também revelou o esvaziamento dos conteúdos da Geografia dentro dos itinerários formativo voltados ao Ensino Médio, trazendo a reflexão sobre a necessidade do reconhecimento dos saberes docentes na elaboração e organização dos conteúdos essenciais para a prática de ensino escolar.