“…A escola, os veículos da mídia, as bibliotecas e as academias literárias, por exemplo, dentro dessa perspectiva de dominação intelectual, atuam como mantenedoras e reprodutoras das relações de poder, em nível material e/ou epistemológico, em que se focalizam "conteúdos centrados nas culturas europeias como universal e descartam os saberes indígenas, de origem africana e das mais diversas culturas subalternas" (Machado & Silva, 2021, p. 1208-1209. Dessa maneira, ainda que, legalmente, todos os públicos e povos brasileiros tenham sido incluídos numericamente nesses espaços, nem sempre foi possível abordar suas experiências e os conteúdos oriundos de sua realidade na prática, impedindo-os, dessa forma, de se verem dentro do processo de produção e reprodução de conhecimento, não oferecendo, portanto, "condições de permanência aos grupos antes excluídos e que continuam à margem dos processos, pela negação de suas cosmogonias" (Machado & Soares, 2021, p. 993).…”