2021
DOI: 10.22409/gragoata.v26i56.49166
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Ensino de literaturas e decolonialidade: por uma educação literária democrática

Abstract: O que se entende por “democracia” e por “direitos humanos” quando se defende uma educação literária democrática? E quando se defende a democratização das artes, em especial, da literatura? Partindo de um incômodo com algumas respostas a essas questões, cristalizadas na crítica literária e nas práticas de ensino de literaturas, este artigo tem o objetivo de problematizar e refletir sobre as concepções de democracia e de direitos humanos que embasam o ensino de literaturas no Brasil, propondo uma guinada a parti… Show more

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“…A escola, os veículos da mídia, as bibliotecas e as academias literárias, por exemplo, dentro dessa perspectiva de dominação intelectual, atuam como mantenedoras e reprodutoras das relações de poder, em nível material e/ou epistemológico, em que se focalizam "conteúdos centrados nas culturas europeias como universal e descartam os saberes indígenas, de origem africana e das mais diversas culturas subalternas" (Machado & Silva, 2021, p. 1208-1209. Dessa maneira, ainda que, legalmente, todos os públicos e povos brasileiros tenham sido incluídos numericamente nesses espaços, nem sempre foi possível abordar suas experiências e os conteúdos oriundos de sua realidade na prática, impedindo-os, dessa forma, de se verem dentro do processo de produção e reprodução de conhecimento, não oferecendo, portanto, "condições de permanência aos grupos antes excluídos e que continuam à margem dos processos, pela negação de suas cosmogonias" (Machado & Soares, 2021, p. 993).…”
Section: Decolonialidade E Literaturaunclassified
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“…A escola, os veículos da mídia, as bibliotecas e as academias literárias, por exemplo, dentro dessa perspectiva de dominação intelectual, atuam como mantenedoras e reprodutoras das relações de poder, em nível material e/ou epistemológico, em que se focalizam "conteúdos centrados nas culturas europeias como universal e descartam os saberes indígenas, de origem africana e das mais diversas culturas subalternas" (Machado & Silva, 2021, p. 1208-1209. Dessa maneira, ainda que, legalmente, todos os públicos e povos brasileiros tenham sido incluídos numericamente nesses espaços, nem sempre foi possível abordar suas experiências e os conteúdos oriundos de sua realidade na prática, impedindo-os, dessa forma, de se verem dentro do processo de produção e reprodução de conhecimento, não oferecendo, portanto, "condições de permanência aos grupos antes excluídos e que continuam à margem dos processos, pela negação de suas cosmogonias" (Machado & Soares, 2021, p. 993).…”
Section: Decolonialidade E Literaturaunclassified
“…Ainda que, nos últimos anos, tenha se visto uma tentativa, identificada como multicultural, de apresentar autores e ideias marginalizadas pelo pensamento ocidental dominante, ela se trata de "uma ponte unilateral em que só há uma passagem que leva de um caminho a outro e nunca uma troca em dois ou múltiplos vetores" (Machado & Silva, 2021, p. 1216. Esse projeto serve, na verdade, a "uma estratégia do mundo moderno colonial [de] incluir os anteriormente deixados de fora dentro de um modelo globalizado de sociedade", cuja função última é "controlar os possíveis sujeitos potencialmente rebeldes" através de um discurso inclusivo que se vende como plural, mas que funciona apenas como "o desejo de controlar o conflito étnico e manter a estabilidade social para impulsionar os imperativos econômicos do neoliberalismo, da acumulação capitalista" (Machado & Soares, 2021, p. 994).…”
Section: Decolonialidade E Literaturaunclassified
“…No Brasil, uma pesquisadora que também estuda a decolonialidade, na perspectiva de gênero, é Lélia Gonzalez (2020). Em seus estudos, a autora problematiza que mulheres não brancas são "definidas e classificadas por um sistema ideológico de dominação que" as "infantiliza" (Gonzalez, 2020, p. 141) aprendam a reconhecer que as exclusões históricas "são fruto do preconceito de raça, classe, sexualidade e gênero" Silva, 2021Silva, , p. 1221. Após esse reconhecimento, visamos que os(as) estudantes atuem para transformar a práxis cotidiana e decolonizem os seus modos de ser, sentir e intervir na realidade na qual desenvolvem as suas práticas de leitura, interpretação e escrita das literaturas brasileira e cabo-verdiana.…”
Section: Introductionunclassified