“…Diante desse panorama de estudos que se utilizam da metodologia de história de vida no campo dos Estudos Organizacionais, pode-se dizer que falta o debate amplo de gênero em diálogo com as questões queer (Colomby et al, 2016;Scavone, 2008), a fim de extrapolar a análise das identidades fixadas, binárias de "homem" e de mulher" a partir da análise das performatividades nos espaços organizacionais, utilizando-se para tal da produção teórica de Butler (Butler, 2017(Butler, , 2019Chaves & Souza, 2019;Souza, 2017). Os estudos ainda estão muito limitados a uma abordagem positivista, utilitarista e funcionalista (Closs & Antonello, 2011;Closs & Oliveira, 2015;Ferraza & Antonello, 2017;Macalli et al, 2014;Pinotti et al, 2015;Vogt & Bulgacov, 2019) em comparação aos trabalhos que desenvolvem a análise crítica nas organizações (Colling & Oltramari, 2019;Mancebo, Costa & Pessoa, 2018;Miranda, Capelle & Mafra, 2014). A expansão da utilização dessa metodologia para o campo dos Estudos Organizacionais é movida a partir do entendimento de que, ao compartilhar histórias de vida no contexto das organizações (a trajetória laboral), o indivíduo ao mesmo tempo que narra os fatos, ele revive, reformula posturas, opiniões, elabora e avança em questões, o que tem efeitos tanto para si quanto para a organização.…”