O artigo discute os conceitos de “bem viver” e de “terra sem males” presentes na cosmologia dos povos indígenas em vista de uma epistemologia educativa de decolonialidade, tal como a propõe pensadores como Enrique Dussel e Walter Mignolo. O ponto de partida é a razão do/a Outro/a, sobretudo a exterioridade indígena, mas que se manifesta também em outras fronteiras (a mulher, o negro, a juventude...) que desbordam a modernidade e a colonialidade, duas faces de uma mesma ontologia que pensa o fundamento do ser a partir da totalidade que oprime e exclui a outridade. Trata-se de uma abordagem eminentemente teórica que parte de uma análise fenomenológica e, ao mesmo tempo, hermenêutica, na medida em que a manifestação da sabedoria indígena tem a prioridade e, como tal, deve ser o pano de fundo da presente discussão, a qual ocorre no âmbito da filosofia da educação.