A prática de se manter aves silvestres em cativeiro ainda é comum no Brasil, e a maioria destas é obtida de forma ilícita. Anualmente, grande quantidade destes animais é apreendida, e parte destinada a centros de reabilitação. A utilização de enriquecimento ambiental pode aumentar o sucesso em projetos que visem reintroduzir animais à natureza, por reduzirem os níveis de estresse, melhorarem suas condições físicas e sua capacidade exploratória. O objetivo deste trabalho foi averiguar se a utilização de enriquecimento ambiental teria interferência nos comportamentos e na capacidade de explorar o ambiente em aves da espécie Psittacara leucophtalmus, além de realizar o mon itoramento do grupo após sua reintrodução na natureza. O trabalho foi conduzido no período de junho de 2020 a março de 2021, no condomínio de chácaras Eldorado, situado em Uberlândia (MG), onde localizam-s os recintos em que as aves foram inicialmente mantidas em dois grupos, contendo onze indivíduos cada, denominados grupos controle e experimental. Inicialmente, foram confeccionados etogramas comportamentais com os indivíduos pertencentes aos dois grupos, e logo em seguida foram apresentados diferentes itens de enriquecimento ambiental ao grupo experimental, sendo construídos novamente etogramas comportamentais para ambos os grupos, e realizados testes de exploração do meio. Posteriormente, as aves foram unidas em um único grupo, sendo mantida a apresentação de itens de enriquecimento ambiental até sua soltura. Não houve efeito do enriquecimento ambiental no comportamento das aves, mas aquelas mantidas no grupo experimental apresentaram melhor desempenho em explorar o cativeiro. As aves, em geral, conseguiram explorar com eficiência o ambiente onde foram reintroduzidas.