“…Isto indica que, enquanto a humanidade não entender que a principal fonte dos problemas ambientais é de natureza ética, acreditaremos no erro de que a ciência e a tecnologia poderão dar conta de solucionar todos os problemas ambientais, sem que sejam necessárias mudanças profundas de concepção, valores, normas e de hábitos (GRÜN, 2012), além de mudanças estruturais nas bases econômicas e de organização política de nossas sociedades. (BERGANDI, 2013(BERGANDI, , 2014 Nos debates de ética ambiental, no entanto, não existe uma concordância óbvia na escolha ou na aprovação de uma teoria, devido ao grande número de valores ou perspectivas que se opõem entre si; como fica claro, por exemplo, nos dilemas entre uma teoria individualista e uma teoria holista: a consideração moral de totalidades ecológicas, por vezes, implica a negligência ou desconsideração de indivíduos (como em práticas de manejo baseadas em caça); porém, por outro lado, a consideração moral de indivíduos, se por um lado positiva, pode não implicar por si só a proteção das totalidades ecológicas. (NUNES-NETO, 2015) Ou ainda, outro exemplo, como na oposição entre valor intrínseco e valor instrumental da natureza, tal como eloquentemente expõe Patrick Blandin (2013, p. 93): "nós desejamos preservar a biosfera porque nós valorizamos a vida por si mesma ou por que a continuação dos processos ecológicos na Terra é necessária para a continuação da existência da nossa própria espécie?…”