ResumoEste estudo longitudinal avaliou as relações entre indicadores de depressão da mãe e sua percepção acerca do envolvimento paterno. Participaram 19 mães de meninos, recrutadas em maternidades públicas da cidade de Salvador. A depressão materna foi avaliada no primeiro e no 18º mês da criança (Inventário de Depressão de Beck -BDI) e no 30º mês foi realizada uma entrevista estruturada sobre a percepção da mãe acerca do envolvimento paterno. Os escores de depressão materna no primeiro mês de vida do bebê estiveram positivamente correlacionados à percepção da mãe acerca da disponibilidade paterna aos 30 meses, particularmente, em relação aos cuidados de rotina, lazer e saúde da criança. Discute-se o impacto da depressão pós-parto sobre esta dimensão específi ca do envolvimento paterno, enfatizando as mudanças que podem ocorrer na dinâmica das interações familiares no período da transição para a parentalidade. Sugere-se a realização de novos estudos sobre depressão materna e envolvimento paterno, tendo como informantes tanto os pais quanto as mães.
Palavras-chave:Depressão materna, envolvimento paterno, infância.
The Relations between Maternal Depression and Maternal Reports about Father Involvement: A Longitudinal Study AbstractThis longitudinal study evaluated the relationship between indicators of mother's depression and their perception of paternal involvement. Nineteen mothers of boys, recruited at public maternity hospitals in Salvador, Bahia, were assessed for maternal depression with the Beck's Depression Inventory (BDI) at the fi rst and 18 th month of the child. The participants responded a structured interview regarding maternal perceptions about paternal involvement at the 30 th month of the child. The maternal depression scores at the fi rst month of the baby's life were positively correlated to maternal perceptions of paternal availability at the 30 th month, particularly concerning to routine care, leisure and child health. The impact of postpartum depression on this specifi c dimension of paternal involvement are discussed, emphasizing the changes that may occur in the dynamics of family interactions during the transition 1