A criação de suínos de subsistência é comum no estado do Maranhão. Na maioria das vezes, essa criação é mista com bovinos, caninos e aves, sendo representada por animais soltos, alimentados com restos de comidas humanas, com abate de forma precária, sem inspeção sanitária, exposto ao risco de contaminação com agentes patogênicos. Dentre as doenças que podem afetar o rebanho de suíno, destaca-se a brucelose; doença infectocontagiosa provocada por bactérias do gênero Brucella, que produz infecção crônica nos animais, podendo também infectar o homem, uma das zoonoses mais importantes e disseminadas em todo o mundo. Diante desse cenário, objetivou-se com o estudo estimar a prevalência de anticorpos anti-Brucella spp. em suínos abatidos em locais de abate sem serviço de inspeção. Foram avaliadas 224 amostras séricas de suínos ao teste de triagem Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e confirmadas por meio do 2-Mercaptoetanol (2-ME) combinado à Soroagluitinação Lenta (SAL). Ao teste AAT, 30/224 (13,39%) amostras apresentaram reação de aglutinação em um total de 9/12 (75%) municípios. No teste de 2-ME, sendo 3/224 (1,34%) amostras foram consideradas inconclusivas e 12/224 (5,36%) amostras positivas em um total de 6/12 (50%) municípios. Demonstra-se, com esses resultados, a presença de Brucella spp. na espécie suína no estado do Maranhão que, além de eminente risco à saúde pública, poderá prejudicar o objetivo maior do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose em bovinos e bubalinos: a erradicação da doença.