<p>Cloridrato de cimetidina, um bloqueador de receptores H2 das células parietais gástricas, que age reduzindo a secreção de ácido no estômago e tem sido estudado como substância xenoestrogênica. O uso crônico da cimetidina produz distúrbios homonais e toxidade no aparelho reprodutor masculino, além de reduzir o estradiol 2-hidroxilado e aumentar níveis séricos de estradiol e prolactina em mulheres, levando a hiperprolactinemia, que pode ser fator de risco para o câncer. A melatonina, neurohormônio sintetizado pela glândula pineal tem importante papel na função reprodutiva, regulando a produção de estrógeno, progesterrona e prolactina. O estudo testou a hipótese de que a melatonina pode bloquear ou reduzir os efeitos estrogênicos da cimetidina no estroma uterino, interferindo nos receptores de estrógeno, no teor de fibras colágenas e nos níveis hormonais em ratas adultas. Quarenta e cinco (45) ratas albinas divididas em três grupos: I – tratadas com placebo (controle); II – tratado com cimetidina (50 mg/kg) e III – tratado com cimetidina (50 mg/kg) associada à melatonina (200 μg/100 g). Os experimentos foram conduzidos por 7, 14 e 19 dias. Nos grupos tratados apenas com cimetidina, observou-se marcações mais intensas dos receptores REα, maior distribuição das fibras colágenas no endométrio, elevação dos níveis séricos de estrogênio, prolactina e redução da progesterona, nos animais tratados por 19 dias. Na associação cimetidina e melatonina, acredita-se que a melatonina bloqueou esses efeitos. A melatonina tem atividade citoprotetora para efeitos crônicos da cimetidina no estroma endometrial, por reduzir ou prevenir o aumento da síntese de fibras de colágeno pelos fibroblastos regulando a atividade do estrogênio sérico, bem como a expressão de seus receptores endometriais, além de manter os níveis normais de progesterona e prolactina.<strong></strong></p><p><strong></strong><strong>Palavras chave</strong>: Melatonina, receptor de estrógeno, xenoestrógeno, morfometria, níveis hormonais.</p>