A agricultura é responsável direta ou indiretamente por parcela dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros. No Rio Grande do Sul, especialmente na região serrana, a economia está fortemente vinculada à produção da agricultura familiar. O objetivo deste estudo é investigar os principais riscos ergonômicos aos trabalhadores em decorrência da realização das atividades na agricultura familiar. A pesquisa caracteriza-se como aplicada e descritiva, com análise de dados no âmbito qualitativo. Como instrumentos de pesquisa aplicou-se uma entrevista semiestruturada e o Diagrama de Corlett e Manenica (1980), para identificar segmentos corporais com dor/desconforto. Realizou-se também observação direta das atividades e registros fotográficos. O campo de estudo foi uma propriedade de agricultura familiar no município de São José do Hortêncio, RS (Brasil), onde participaram 15 agricultores. Observou-se que as atividades que requerem manuseio de cargas e flexão anterior da coluna são as que mais foram consideradas desgastantes, causando dor e/ou desconforto. As regiões corporais da coluna lombar, dorsal e dos ombros são as mais afetadas durante a realização das atividades na agricultura familiar. Visando melhores condições de trabalho e saúde do trabalhador, a agricultura familiar de pequeno porte necessita de tecnologias acessíveis e adequadas ao cultivo dos produtos para que sejam minimizados os esforços físicos e problemas ergonômicos decorrentes do manuseio de cargas e flexões de coluna.