Há séculos os medicamentos são utilizados para combater as dores, aliviar sintomas ou até mesmo curar doenças. Em contrapartida, estudos realizados ao longo dos anos, têm mostrado que a terapia medicamentosa é um processo caro e complexo e, por isso a prescrição, a dispensação e a administração dos medicamentos devem ser feitas de maneira segura e eficaz para garantir o sucesso terapêutico. O objetivo deste trabalho foi determinar a frequência e o tipo de erros de prescrição de medicamentos em um Hospital de Doenças Infecciosas e detectar se há erros no processo de prescrição dos Medicamentos Potencialmente Perigosos. Trata-se de um estudo de caráter quantitativo, transversal com delineamento retrospectivo que buscou os dados de prescrição de medicamentos referentes aos períodos de setembro de 2017 a fevereiro de 2018, de um Hospital Público de Doenças Infectocontagiosas, localizado na cidade de Fortaleza, Ceará. A amostra do estudo foi composta por fichas de notificações que continham as informações sobre os dados da prescrição de medicamentos. As prescrições foram realizadas pelos médicos, através de um sistema informatizado, utilizando o programa ARS VITAE. Os dados foram analisados estatisticamente utilizando o Microsoft Excel 2019 ®. Foram analisadas 30.885 prescrições medicamentosas, dentre essas, 11.472 (37,15%) prescrições continham erros, desses 6.643 foram prescritos sem a forma farmacêutica, seguido por erros de medicamentos sem a dose (4.186 prescrições), prescrito pelo nome comercial (273 prescrições), sem a velocidade de infusão (125 prescrições), com abreviaturas contraindicadas (90 prescrições), sem o tempo de infusão (68 prescrições), sem o volume do diluente (54 prescrições), sem a via de administração (43 prescrições). Entre as 4.563 prescrições contendo Medicamento Potencialmente Perigosos, observou-se uma frequência de 36.29% (1.656) de medicamentos prescritos errados. Os dados obtidos mostraram a vulnerabilidade no processo de prescrição médica do hospital referenciado. Esta constatação ressalta a necessidade de treinamentos para a utilização correta do sistema informatizado; da realização de atividades de educação continuada aos profissionais envolvidos no processo de prescrição e da atuação conjunta desses profissionais no cotidiano hospitalar para tentar reduzir os erros de prescrição e, consequentemente, melhorar a saúde do paciente.