Escravidão por dívida no norte do estado do Tocantins: vidas fora do compasso

A fronteira agrícola e os conflitos territoriais no Norte do Tocantins (Brasil)

“…Sader (1986), por exemplo, mostra com precisão os conflitos envolvendo camponeses e fazendeiros na década de 1980 no Bico do Papagaio (área localizada no extremo norte do Tocantins e em parte dos estados do Pará e Maranhão), destacando a importância da união camponesa na luta e resistência contra aqueles que os oprimia, jagunços que ameaçavam, perseguiam e até mesmo matavam aos mandos e desmandos de fazendeiros da região. Lopes (2009), geógrafo tocantinense que também trabalha com questões relacionadas a conflitos no campo, é pontual ao afirmar que o município de Araguaína (TO) foi/é porta de entrada e saída de aliciadores, seja devido sua localização geográfica ou por ser um polo (serviços de saúde, educação, comércio) para municípios circunvizinhos e para outros estados, como o Maranhão e o Pará, ou ainda por compor áreas de interesses de capitalistas (fazendeiros, empresários). Sendo também uma área de expansão da fronteira agrícola no norte do Tocantins.…”

A contribuição das Instituições Não Governamentais na luta contra a escravidão por dívida no Estado do Tocantins - o caso CPT, CDHA e Repórter Brasil

“…Desse modo, buscou-se a leitura dos seguintes autores: Lopes (2009), Senado (2011, CPT (2011), OIT (2005), Martins (1999Martins ( ), (1986 Por meio dessa planilha produzida pela CPT com todos os casos identificados de trabalho escravo em território brasileiro é que são produzidas as sínteses estatísticas preliminares e anuais conforme exemplifica a FIGURA 1, material disponibilizado no portal da própria instituição (http://www.cptnacional.org.br/). , p. 58-75, 2015, p. 58-75, .…”

Modo de vida e território na reserva extrativista do Rio Cajari (Amapá)

“…Como técnicas de pesquisa, utilizamos o levantamento bibliográfico, por meio do qual estudamos a contribuição do trabalho de campo em diferentes correntes de pensamento geográficas, sobretudo a partir da leitura de Ab'Saber (2007[1956), Fernandes (1972), Poltronieri (1976), Sader (1986), Suzuki (1996) e Lopes (2009), bem como a compreensão da etnografia como método de trabalho de campo antropológico (MALINOWSKI, 1978) e do relato etnográfico como técnica de escrita (CLIFFORD, 1998;GEERTZ, 2005;STRAUSS, 2004).…”

“…Demanda-se uma reforma agrária não apenas distributiva, mas com políticas sociais para o trabalhador permanecer na terra, sem a necessidade de sair do lugar de origem para trabalhar em terras alheias, em condições degradantes. Além da expansão da grande propriedade, e expropriação também é resultado da condescendência do Estado com os expropriadores no que diz respeito aos incentivos fiscais à classe dominante (LOPES, 2009:11). A relação de trabalho baseada na escravidão por dívida discutida por Lopes (2009) se fez presente no Cajari durante a primeira metade do século XIX, no bojo das relações de trabalho baseadas no aviamento e que será discutida adiante, tendo Lopes (2009) definido o trabalho escravo por dívida da seguinte forma:…”

“…No que se refere à escravidão por dívida praticada no Cajari, alguns apontamentos de Lopes (2009) Os fatores determinantes da escravidão por dívida no Brasil estão relacionados, com a própria expansão do capital em direção à fronteira, porque há uma escassez da mão-de-obra, além da dificuldade de acesso, o que irá promover relações de poder, subjugando o trabalhador ao domínio do latifúndio (LOPES, 2009:272 (MARTINS, 1975(MARTINS, , 1990(MARTINS, , 2014(MARTINS, , 2015, de remuneração, os mutirões (MARTINS, 1975;CANDIDO, 2001), o trabalho familiar (MARTINS, 1975;CANDIDO, 2001), as tarefas assumidas pelo homem, pela mulher, pelos velhos e crianças, a culinária local, o uso de plantas medicinais e receitas de remédios, o sentimento e pertencimento e as relações de vizinhança (FERNANDES, 1967(FERNANDES, , 1972QUEIROZ, 1973;RODRIGUES, 1973;CANDIDO, 2001) Assim, na medida em que a etnografia é considerada método na Antropologia e está associada ao trabalho de campo e à observação participante, Malinowski (1978) aponta-a como "ciência do relato" dos fatos observados em campo, afirmação com a qual corroboram Geertz (2005) e Clifford (1998):…”