Este trabalho é parte de uma pesquisa de doutorado em andamento que tem como intuito compreender a atuação de mulheres no design brasileiro. Partimos do início da institucionalização do design no Brasil para situar uma primeira geração de profissionais que atuaram no campo, mas ainda anterior a uma geração de designers com formação superior na área. Dentre as indagações que conduziram nossa investigação, estão: quais as contribuições das mulheres para a constituição do campo; como suas trajetórias foram documentadas; e quais espaços elas ocuparam nesse período. Durante a década de 1950, o MASP iniciou os cursos de formação em artes e design com a criação do Instituto de Arte Contemporânea (IAC). Uma dessas atividades foi a estruturação da Escola de Desenho Industrial, que funcionou entre os anos de 1951 e 1953. Dentre as alunas que fizeram parte da primeira turma da Escola de Desenho Industrial no IAC-MASP está Irene Ruchti. Antes de sua entrada na instituição, a artista já havia cursado Artes Plásticas no Instituto de Belas Artes na UFRGS. Em 1951, se mudou para São Paulo. No ano seguinte, Irene se casou com Jacob Ruchti, que foi seu professor de Composição no IAC, de quem se tornou parceira em projetos arquitetônicos, de comunicação visual e de design de interiores. Um desses trabalhos são os têxteis que a artista elaborou para a loja Branco & Preto. Em 1954, desenvolveu o cenário e figurino para o balé As Quatro Estações, um dos repertórios apresentados no Ballet do IV Centenário de São Paulo. Durante sua longa carreira, ela também atuou em diversos projetos de paisagismo, entre eles: Banco Itaú, em São Paulo; Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão e Shopping Galleria, em Campinas. Nosso intuito é pensar como a dimensão de