Neste texto apresento as ações dos Coletivos Salve Rainha e In.surge enquanto problematizadoras e contraventoras do projeto colonial-moderno e do discurso da modernização na cidade de Teresina (PI). Enquanto a estrutura da colonial-modernidade estabeleceu o padrão de ser e viver a partir da lógica capitalista, ancorada no discurso do progresso e do desenvolvimento, as fraturas desse discurso são vivenciadas pelos sujeitos excluídos, marginalizados e abandonados da hierarquia social. A partir de uma análise discursiva crítica, as narrativas dos entrevistados revelaram a movimentação dos coletivos teresinenses no sentido de visibilizar e valorizar aspectos patrimoniais e culturais da cidade, deliberadamente abandonados pela gestão pública local. As contradições do discurso modernizante aparecem quando, para além das periferias, tem-se verificado uma negligência generalizada de políticas públicas em Teresina, sugerindo que a gestão urbana ganhou novos contornos sob a égide da extremadireita bolsonarista.