Este artigo analisa ensaios de Antônio Joaquim de Macedo Soares (1838-1905), publicados entre os anos de 1857 e 1861, nos Ensaios Literários do Ateneu Paulistano e no Fórum Literário, visando elucidar aspectos constitutivos de seu discurso crítico que demonstrem um processo de mudança nas posições assumidas pelo autor, indo de uma adoção apaixonada do ideário nacionalista a um olhar mais amplo para o fazer literário. Para tanto, o cenário que permeou o processo de emancipação das letras pátrias e a circulação dos estudos de literaturas estrangeiras no Brasil são retomados. Com base neles, analisam-se hegemonismos e dissonâncias nos textos do fluminense. À medida em que a sua produção crítica é revisitada à luz de um determinado arcabouço teórico, no caso, os primeiros passos da literatura comparada no Brasil, uma imagem menos convencional dessa figura que marcaria a crítica literária oitocentista é entrevista.