Resumo: Este artigo discute os ensaios literários de Álvares de Azevedo à luz do periodismo cultural oitocentista. Num primeiro momento, pretende-se evidenciar o quanto esses textos são tributários do que se publicava na imprensa, que pode ter sugerido ao autor obras e temáticas a serem debatidas. Num segundo momento, investiga-se o diálogo teórico que o ensaísta travou com os estudos de literaturas estrangeiras, ancestrais da literatura comparada. Argumenta-se que o contato com esse saber pode ter corroborado ou impulsionado a visada cosmopolita defendida por Azevedo, fazendo com que ele se afastasse do veio central da crítica literária brasileira do período.Palavras-chave: romantismo brasileiro; crítica literária; literatura comparada.Abstract: This article discusses Álvares de Azevedo’s literary essays under the perspective of the 19th century cultural journalism. Firstly, it is aimed at evincing how much his essays are related to what was published in the press, which might have suggested to the author the works and themes to be debated. Secondly, it investigated the theoretical dialogue that the essayist had with the foreign literature studies, ancestral to comparative literature. It argues that the contact with that knowledge may have corroborated or prompted the cosmopolitan view defended by Azevedo, making him to step further from the central stream of the Brazilian literary criticism.Keywords: Brazilian romanticism; literary criticism; comparative literature.
Este artigo propõe uma aproximação entre duas obras que podem ser alocadas dentro da tradição literária gótica: O morro dos ventos uivantes (1847), da autora inglesa Emily Brontë e Vulgo Grace (1996), da autora canadense Margaret Atwood. A partir da identificação de um diálogo intertextual, discute-se a presença da metáfora da janela em ambas as obras, compreendida como espécie de tópica literária que representa o caráter limiar das personagens, esmagadas por uma série de interditos. A janela também pode figurar como possibilidade de fuga, por vezes, concretizada apenas com o auxílio do sobrenatural. Argumenta-se que a presença dessa metáfora em romances de épocas distintas sugere tanto o necessário e produtivo processo de apropriação da herança literária, quanto a permanência de medos e tiranias do passado no presente, fazendo com que a narrativa gótica possa ser vista como espaço de resistência para mulheres.
Este artigo discute a recepção do escritor brasileiro Álvares de Azevedo na imprensa acadêmica de Coimbra. No intuito de melhor compreender as possíveis especificidades dos periódicos estudantis, o texto retoma, inicialmente, a perspectiva geral assumida pela imprensa lusa em relação à nascente literatura brasileira e alguns exemplos da abordagem conferida ao autor na grande imprensa, em especial, os escritos de Lopes de Mendonça. É à luz desse percurso que se discute como a poesia alvaresiana foi interpretada pelos acadêmicos coimbrenses.
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