Este ilustre desconhecido: considerações sobre a prescrição de psicofármacos na primeira infância

Abstract

Resumo O artigo objetiva discutir aspectos relacionados aos hábitos de prescrição e uso de psicofármacos na primeira infância. Toma como ponto de partida o levantamento bibliográfico realizado nas bases BVS e Scielo sobre pesquisas epidemiológicas e clínicas no Brasil a respeito do uso de psicofármacos em menores de seis anos. A partir da literatura internacional, problematiza o aumento do número de crianças diagnosticadas com transtornos mentais e comportamentais, assim como as respectivas prescrições de psicotrópicos. Ainda a partir do cenário internacional, aborda o caráter predominantemente off label dos psicofármacos para menores de seis anos, a heterogeneidade de prescrições e o hábito da polifarmacologia, apontando para um paradoxo ético frente a pesquisas clínicas nessa faixa etária. Conclui que o uso de psicotrópicos na primeira infância é ainda muito pouco conhecido no Brasil, sendo urgentes estudos epidemiológicos nesta área.

O Uso De Psicofármacos Por Crianças E Adolescentes Em Um Centro De Atenção Psicossocial Infantil

“…Em outro estudo no CAPSi de Fortaleza, Estado do Ceará, os medicamentos mais prescritos eram os antipsicóticos, em especial a risperidona (28), corroborando aos achados desta pesquisa. É importante mencionar que efeitos adversos de psicofármacos em crianças e adolescentes podem causar o agravamento de depressão e tentativas de suicídio, síndrome neuroléptica maligna, efeitos extrapiramidais, problemas metabólicos e cardiovasculares como obesidade e risco aumentado de diabetes (29).…”

A segurança da farmacoterapia em pacientes oncológicos pediátricos: uma revisão de literatura

“…A carência de medicamentos pediátricos estimula o uso off-label, cujos efeitos positivos e negativos são pouco conhecidos por evidências científicas e são baseados em extrapolações de doses e/ou modificações de medicamentos aprovados para uso adulto, no entanto, pacientes pediátricos possuem particularidades nas etapas de absorção, distribuição, metabolização e eliminação, sendo diferentes da população adulta e subpopulações pediátricas distintas entre si [20].…”