Estilo de vida e qualidade do sono de estudantes de medicina em uma universidade pública, durante a pandemia da COVID-19: um estudo transversal

Abstract

Introdução: A graduação em medicina pode comprometer a qualidade do sono e a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar o estilo de vida e a qualidade do sono entre estudantes de medicina. Métodos: Trata-se de estudo do tipo survey online transversal. Foram convidados os 200 estudantes de medicina de uma universidade pública de São Paulo, que cursavam regularmente, dos quais 61 (30,5%) responderam ao questionário. A coleta foi realizada durante a pandemia da COVID-19, no período de novembro de 2020 a março de 2021. O critério de exclusão foi o preenchimento incorreto do questionário. Foram aplicados o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburg (PSQI) e a Fantastic Life Questionnaire (FLQ). Diferenças entre mais de duas medianas foram calculadas pela ANOVA de Kruskal-Wallis. A associação entre o estilo de vida e a qualidade do sono foi calculada pela correlação de Spearman. Foi considerado o valor de p<0,05. Resultados: A mediana do PSQI foi 6 (ruim) e do FLQ foi 55 (bom). A medida em que o estilo de vida piorou, a qualidade do sono piorou (p=0,005). Foi observada correlação entre a piora do estilo de vida e a piora da qualidade do sono (p<0.001). Conclusão: Foi observado que a maioria dos estudantes desta universidade apresentavam estilo de vida bom ou regular, qualidade do sono ruim e à medida que a qualidade do sono piorou a qualidade de vida também piorou. Este estudo foi conduzido durante a pandemia da COVID-19 e seus resultados podem ter sido influenciados por isto.

Qualidade Do Sono E Sonolência Entre Estudantes Iniciante De Odontologia De Uma Instituição Privada Durante a Pandemia Da Covid-19

“…Além disso, contribuirá para que docentes, gestores e pesquisadores, vislumbrem a qualidade de sono desse público para além do limite das instituições, indicando também a necessidade de maior atenção aos outros cursos da Instituição. Observou-se que a qualidade do sono interfere no estilo de vida (Martins;Valete, 2022), na saúde nutricional (Lourenço;Viana, 2022), com baixa na atividade física (Camargo et al, 2022), sendo formas de atuação transdisciplinar que precisam ser reforçadas ao longo do curso.…”

“…Estima-se que a prevalência de insônia nas populações varia de 30 a 50% e a insônia crônica é de cerca de 10% (Poyares;Tufik, 2003). Os transtornos do sono trazem consigo diversas consequências para os seres humanos, como o maior estresse e declínio da qualidade de vida, logo, diminuição do desenvolvimento profissional ou acadêmico, maior incidência de transtornos psiquiátricos e uma diminuição da vigilância (Martins;Valete, 2022;Malheiros et al, 2021). As pessoas que dormem mal tendem a ter mais morbidades, envelhecimento precoce e menor expectativa de vida (Medeiros et al, 2002).…”

“…Um fator que tem impactado a população mundial desde 31 de dezembro de 2019 foi a doença causada por um novo tipo de Coronavírus, o Sars-CoV-2, nomeada então de Coronavírus Disease 2019 (Covid-19) (Hsu;Chia;Lim, 2020), declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, como uma pandemia (Alharbi;Alharbi;Alqaidi, 2020). Nessa perspectiva, a nova rotina das condições de vida, associada ao estudo de forma remota, podem potencializar efeitos no estresse, ansiedade, insegurança, como identificado na literatura (Chang;Yuan;Wang, 2020), e isto, consequentemente pode interferir na qualidade do sono dos estudantes universitários (Malheiros et al, 2021;Martins;Valete, 2022).…”