O trabalho que apresentamos tem por objetivo analisar as possíveis tendências tradutórias da estrutura “bu (mei) + verbo” do chinês para o português. Em chinês moderno, os dois advérbios negativos “bu” e “mei” têm uma relação muito estreita com o aspeto dos verbos pospostos; ou seja, como os verbos chineses não têm conjugações, estes dois advérbios negativos servem para associar os verbos aos aspetos diferentes, com o advérbio “bu” a ligar o verbo posposto ao aspeto imperfeito e o advérbio “mei”, ao aspeto perfeito. Para verificar se as suas traduções portuguesas também obedecem a esta relação, recorremos a um corpus paralelo chinês-português, criado com base numa obra de Mo Yan, escritor chinês, e a sua tradução portuguesa por Amilton Reis. Por meio da análise dos exemplos bilíngues extraídos, procuramos analisar e discutir as possíveis tendências de tradução da estrutura “bu (mei) + verbo” para o português e, com isso, esperamos ajudar os tradutores em formação a compreenderem e a dominarem as possíveis orientações tradutivas da dita estrutura.