A Caatinga é o terceiro Bioma mais degradado do Brasil. Nessa região a disponibilidade hídrica faz com que as matas ciliares sejam os ambientes mais afetados com a retirada da vegetação para realização de atividades agrícolas. A regeneração natural consiste na interação de processos naturais que resultam na recuperação do ecossistema florestal e seu estudo permite efetuar projeções sobre o desenvolvimento futuro da floresta. Portanto, objetivou-se com este trabalho avaliar o banco de jovens regenerantes em um ecossistema ribeirinho degradado no município de Livramento, semiárido paraibano. A pesquisa de campo foi executada em uma área no município de Livramento/PB, situado na Microrregião do Cariri Ocidental. As atividades foram apoiadas em excursões exploratórias realizadas inicialmente em vários pontos do município, além da análise de cartas e mapas da vegetação. O monitoramento do componente arbustivo-arbóreo regenerante foi realizado mensalmente no período de julho a novembro/2018. O banco de indivíduos jovens foi analisado mediante a implantação de 50 parcelas de 1 X 1 m. Todos os indivíduos jovens lenhosos presentes nestas parcelas, com altura < 1,00 m e DNS < 3 cm, foram etiquetados, numerados e identificados pelo nome científico, medindo-se os valores de altura total com uma régua graduada e para diâmetro utilizou-se um paquímetro digital. Na análise estrutural da vegetação utilizaram-se os seguintes parâmetros: frequência, densidade e classes de altura e diâmetro da regeneração natural. No conjunto das 50 parcelas amostradas no riacho Verde foram registrados e identificados no inventário 19 indivíduos, distribuídos em três famílias, seis espécies, seis gêneros e uma indeterminada. O componente predominante foi o arbóreo. As famílias com maior número de espécies foram Euphorbiaceae com três, seguida por Fabaceae com duas. Das 50 parcelas amostradas, a espécie que obteve a maior frequência foi a Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. (11 parcelas). Relacionado às classes de altura e diâmetro observou-se uma maior distribuição de indivíduos nas classes de menor valor. Para a altura, mais de 40% dos indivíduos se concentraram na menor classe de 0,01 a 0,25 m e o diâmetro seguiu o mesmo padrão, com o maior número de indivíduos na primeira classe (1,01 a 3,00 cm), chegando o percentual acima 45% do total de indivíduos registrados. Observou-se que na parcela 42 ocorreu o maior número de indivíduos (cinco), as parcelas 21, 43 e 45 (três cada), sendo o menor número (um) na parcela 49 e nas demais não houve indivíduos. De modo geral, a área em estudo apresentou uma composição florística com um número reduzido de espécies, quando comparada com outros ecossistemas ribeirinhos, o que demonstra o elevado grau de antropização da área, que acentua cada vez mais o nível de degradação. Portanto, as informações geradas no trabalho se definem como importantes contribuições para as estratégias de restauração de ambientes degradados.