OBJETIVO: verificar a possibilidade de avaliação da deglutição por análise dos traçados eletromiográficos (EMG), em sujeitos com e sem alterações clínicas da deglutição; buscando características específicas voltadas para associação do exame clínico com a eletromiografia. MÉTODO: 39 sujeitos foram divididos em dois grupos: Grupo pesquisa (GP): 25 com alteração de deglutição; controle (GC): 14 sem alteração da deglutição. Equipamento Miotool 200/400 USB, quatro canais, eletrodos na região submental bilateralmente (supra-hióideos). Avaliado deglutição de saliva e cinco mililitros de água. Os registros EMG foram analisados por três juízes, após fornecidos os traçado EMG. Classificaram-se os registros em: normal (pico único) e alterados (mais de um pico, pico não definido, modificações no onset/offset). Utilizou-se o Teste de igualdade de duas proporções. RESULTADOS: obteve-se grande número de registros com deglutições não esperados em ambos os grupos e para os dois tipos de deglutição. Deglutição de saliva, com maior porcentagem em GP de registros com deglutição alterada, não houve diferença entre os grupos. Deglutição de saliva: GC apresentou registros variados, sem predomínio significativo; GP observou-se predomínio de mais de um pico e menor ocorrência de modificações no onset/offset. Deglutição de água: GC predomínio de pico único e menor ocorrência de mais de um pico; GP predomínio de pico único e menor ocorrência de pico não definido. CONCLUSÃO: análise dos traçados EMG não mostrou características específicas e diferenciadas para os grupos; não refletindo padrões que pudessem caracterizar os registros em sujeitos com e sem alterações clínicas da deglutição. Não foi possível definir correlação entre avaliação clínica e EMG da deglutição.