Estudo sobre as mudanças climáticas nos últimos anos da educação básica em Jaboticabal (SP)

Abstract

O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento dos alunos dos últimos anos da educação básica, no município de Jaboticabal (São Paulo), sobre as mudanças climáticas. O estudo revelou que mais da metade dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, possuem conhecimento sobre o aquecimento global; acreditam que o desmatamento pode contribuir para as mudanças climáticas; que o efeito estufa pode ser aumentado pelas ações do homem; que é importante debater a problemática no cenário atual e que a população pode contribuir a favor do clima. No entanto, ambos os grupos desconhecem os ODS e avaliam como regular a abordagem do tema na escola. Portanto, concluiu-se que o ambiente escolar tem um papel fundamental na formação de alunos conscientes e abordar esta problemática é de suma importância para a formação dos cidadãos sobre as questões ambientais, as quais suas ações poderão influenciar nas condições de vida no planeta.

Educação em mudanças climáticas no contexto brasileiro

“…Já os estudos com abordagens mais práticas, abordam majoritariamente, realização de atividades junto aos alunos (Rosa et al, 2018, Borges et al, 2021, Cidón et al, 2021, ou seja, o foco no processo de ensino-aprendizagem está nos estudantes (Silva et al, 2021, Faria et al, 2021, Liotti & Campos, 2021 e na maneira de abordar a questão com eles (Buce, 2022), utilizando-se de materiais didáticos diversificados (Rumenos et al, 2017, Yamada et al, 2019, inclusivos (Oliveira et al, 2021a) ou atividades práticas contextualizadas que facilitem a compreensão do tema (Freitas et al, 2020, Consendey et al, 2021. Entretanto, notou--se que é preciso diferentes investimentos no que concerne o ensino em mudanças climáticas (Busch et al, 2019), que não se concentram somente no aluno, mas também em todo o corpo docente e administrativo das escolas e universidades (Monroe et al, 2019, Siegner & Stapert, 2019.…”

“…Nos últimos anos, mais especificamente entre 2018 e 2022, o Brasil demonstrou pouca preocupação com as mudanças climáticas, embora tenha sido protagonista no passado de importantes políticas ambientais e ratificando acordos internacionais que reforçaram sua posição nos debates sobre a emergência ambiental e climática (Kiessling, 2018). Um dos acordos historicamente relevantes foi Protocolo de Kyoto, criado em 1997 durante a 3º Conferência das Partes na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, com o intuito de reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) (Borges et al 2021). O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto em 2002 por meio do Decreto Legislativo nº144 de 2002 (Brasil, 2002) e, posteriormente, instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) (Brasil, 2009).…”

“…O Brasil ratificou o Protocolo de Kyoto em 2002 por meio do Decreto Legislativo nº144 de 2002 (Brasil, 2002) e, posteriormente, instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) (Brasil, 2009). A partir da PNMC ficaram definidas as estratégias e políticas relacionadas ao monitoramento e à implementação de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas por meio do Ministério do Meio Ambiente (Borges et al 2021).…”

Uma revisão narrativa das percepções e concepções de estudantes brasileiros e portugueses sobre as mudanças climáticas

“…A percepção da gravidade das MC permanece relativamente consistente entre os diferentes anos escolares. Borges et al (2021) analisaram alunos do 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, encontrando resultados semelhantes em ambos os segmentos. Os alunos de ambos os grupos já estavam familiarizados com o tema e seus impactos negativos no meio ambiente, sendo a principal diferença que os alunos mais velhos tendiam a ter um conhecimento mais avançado dos termos e definições relacionados do que os alunos mais jovens.…”

“…Os alunos mais jovens tendem a apontar o homem como o principal ou único agente causador do aquecimento global (Muniz, 2010, Borges et al, 2021) considerando a humanidade como um "predador", mas quando questionados individualmente, eles se distanciam dessa noção, alegando ter valores pessoais contrários àqueles (Muniz, 2010). Os universitários têm uma percepção mais ampla, reconhecendo causas naturais e humanas para o fenômeno (Mesquita et al, 2019).…”