Introdução: embora o câncer seja um dos maiores problemas de saúde pública enfrentados mundialmente, diversos agentes presentes no meio, com utilização disseminada e, muitas vezes, exagerada, não estão muito bem elucidados sobre seu possível potencial carcinogênico. Entre eles, estão os benzodiazepínicos, fármacos que possuem crescente aumento do consumo desde o século XX e, principalmente, na segunda década do século XXI, por suas ações ansiolíticas, sedativas e anticonvulsivantes. Objetivo: avaliar o efeito carcinogênico do bromazepam por meio do teste para detecção de tumores epiteliais (ETT) em Drosophila melanogaster. Metodologia: para realização do ETT foram utilizadas duas linhagens mutantes de D. melanogaster: wts (fêmeas) e mwh (machos). As larvas descendentes desse cruzamento foram tratadas isoladamente com cinco concentrações de bromazepam, sendo elas: 0,0375; 0,075; 0,15; 0,30 e 0,60 mM. A Doxorrubicina foi utilizada como controle positivo e a água ultrapura como controle negativo. Após tratamento, coleta e armazenamento, as moscas foram analisadas, identificando-se as frequências tumorais, por região corporal, em cada concentração testada. Resultados: o bromazepam não apresentou efeito carcinogênico em nenhuma das concentrações experimentadas neste estudo, não havendo diferença estatisticamente significativa nas frequências tumorais observadas nos indivíduos tratados com bromazepam quando comparadas à frequência obtida nos indivíduos tratados com o controle negativo. Conclusão: nas presentes condições experimentais, o bromazepam não apresentou atividade carcinogênica, no entanto, há a necessidade de novos estudos, com diferentes metodologias e diferentes organismos testes, para a maior compreensão da ação do bromazepam no organismo.