O conhecimento popular sobre plantas medicinais, apesar de ser bem disseminado no Brasil, está sendo perdido devido à globalização. Além disso, e apesar de apresentar vantagens, o uso de plantas de maneira errônea pode causar danos à saúde dos usuários. O presente estudo teve como objetivo apontar algumas plantas utilizadas no município e resgatar uma pequena parcela do conhecimento popular, comparando as informações do senso comum com o conhecimento científico sobre essas plantas. O levantamento etnobotânico ocorreu entre maio e junho de 2019, através de entrevistas semiestruturadas com a população do município de Mafra (SC). Após a coleta dos dados, foram realizadas buscas na literatura sobre as espécies mencionadas pelos entrevistados. Dos 22 entrevistados, foi observado a prevalência de entrevistados do sexo feminino (86,36 %). Além disso, a maior parte dos participantes possuem mais de 60 anos de idade (36,36%) e ensino fundamental incompleto (22,72%). A fonte principal do conhecimento popular sobre o uso das plantas foi transmitida pelos seus antepassados. Alguns informantes (18,18%) relataram o aparecimento de efeitos adversos com o uso de algumas espécies. Foram mencionadas 87 plantas distribuídas em 49 famílias, sendo as famílias dominantes Asteraceae (11,5%), Lamiaceae (10,3%). As plantas mais citadas foram: babosa (Aloe sp.), camomila (Chamomilla sp.), capim-limão (Cymbopogon sp.), gervão (Stachytarpheta sp.), hortelã (Mentha sp.) e penicilina (Alternanthera sp.). Com esses resultados, foi possível mapear o uso e levantar dados acerca de algumas plantas medicinais utilizadas pela população de Mafra e concluir que a maioria das espécies do uso popular apresentam a mesma indicação encontrada na literatura científica.
Palavras-Chave: Etnomedicina. Etnobotânica. Espécies terapêuticas. Medicina popular.