Contexto: O tratamento da estenose de carótida visa impedir o aparecimento de possível dano isquêmico encefálico. A cirurgia da estenose carotídea não é isenta de riscos. Objetivos: Avaliar e discutir, em comparação com a literatura, os resultados de pacientes submetidos à cirurgia aberta por estenose de carótidas, em 4 hospitais, de município de médio porte, no estado do Paraná. Método: Estudo retrospectivo, realizado pelo levantamento de 68 prontuários eletrônicos, em 4 hospitais, no período de janeiro de 2014 a julho de 2018. Dados referentes às variáveis idade, sintomatologia, sexo, tempo entre os sintomas e cirurgia, grau de estenose, comorbidades, desfechos e indicação cirúrgica foram comparados com a literatura. Resultados: A idade média foi de 69,3 anos, 60 sintomáticos, 46 masculinos, com média de 70,2 anos e 14 femininos com 66,5 anos; e 8 assintomáticos, 7 masculinos com média de 71,1 anos e uma feminina com 57 anos; 52 foram operados precocemente e 8 após 30 dias. Todos foram submetidos à endarterectomia, com anestesia geral e apenas 2 sem uso de shunt. Complicações maiores em até 30 dias foram apresentadas por 7 pacientes (10,3%), 4 (5,9%) AVE, 1 (1,5%) IAM e 4 (5,9%) foram a óbito, 2 do grupo AVE perioperatório. Conclusão: Os pacientes assintomáticos submetidos ao procedimento não apresentaram complicações perioperatórias maiores. Aqueles com déficits graves e operados tardiamente não se beneficiaram com a cirurgia. Os índices de complicações maiores perioperatórias são semelhantes aos encontrados na literatura nacional e maiores do que em estudos controlados.