A principal e mais conhecida função plaquetária ainda está relacionada à parada de sangramento após um dano vascular. No entanto, plaquetas estão envolvidas em diversos processos, tais como iniciar e amplificar a inflamação, interagir com células da resposta imune, além de participar na progressão tumoral, angiogênese e metástase. Neste sentido, está claro que plaquetas apresentam funções no processo inflamatório e podem influenciar respostas imune, além de desordens plaquetárias autoimune e relacionadas a presença de auto-anticorpos após transfusões, como por exemplo, na lesão pulmonar aguda associada à transfusão. Após muita especulação, recentes observações têm estabelecido novos paradigmas relacionando plaquetas à biologia molecular. Plaquetas humanas contêm fatores de spliceossomo, incluindo pequenos RNAs nucleares, proteínas de splicing e pre- mRNA endógenos. Outro ponto importante é o controle do número de plaquetas circulantes, resultado do equilíbrio entre a produção e destruição dessas células. Assim, é proposto um processo de morte programada da célula anucleada que determina seu tempo de vida. Esse processo é alvo de especulações desde a década de 60 e ainda permanece em discussão. A noção geral de que plaquetas funcionais são importantes para o sucesso de processos hematogênicos corroboram com inovações experimentais e também ligam a processos de interação plaquetas-células tumorais e seu microambiente que regula a progressão maligna. Plaquetas contribuem na sobrevivência e disseminação de células tumorais. Desta forma, discutimos aqui os mecanismos pelos quais as plaquetas atuam na imunidade, na inflamação e no câncer, uma vez que estas pequenas células são mais versáteis do que se pensava.