O preconceito é um objeto de estudo tradicional da psicologia social que permanece relevante. Nessa perspectiva, o preconceito é um fenômeno social complexo, que assume diversas formas e manifestações. Considerando estudos acerca do preconceito, o presente estudo objetivou analisar o papel mediador da orientação à dominância social na relação entre identidade política e sexismo ambivalente. O presente trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa quantitativa, descritiva e correlacional. A amostra foi composta por 152 pessoas que responderam um questionário com a Escala de Orientação à Dominância Social, o Inventário de Sexismo Ambivalente e questões referentes à identidade política, idade, gênero, nível de escolaridade e renda. Com o intuito de verificar a relação entre identidade política, orientação à dominância social e sexismo ambivalente, foi conduzido um teste de correlação de Pearson. Em seguida, testou-se a hipótese de que a SDO pode mediar a relação entre a identidade política e o sexismo por meio de duas análises de mediação diferentes envolvendo o sexismo benevolente e o hostil. A análise dos resultados confirmou relações positivas entre identidade política, orientação à dominância social e sexismo ambivalente e demonstrou a SDO como mediadora entre identidade política e ambas as formas de sexismo. Os resultados obtidos expressam que a tendência a apoiar hierarquias sociais indica maior alinhamento com políticas de direita e com o endosso de atitudes sexistas. Assim, indivíduos com ideias mais conservadoras e alinhados à direita tendem a promover hierarquias sociais, e atitudes sexistas que deslegitimam as mulheres e as colocam em posição de inferioridade em relação aos homens.