Existe relação entre etnia e a incidência de prolapsos genitais?

Abstract

Introdução: Prolapso de órgão pélvico (POP) consiste no deslizamento de órgãos pélvicos femininos através do introito vaginal, por falhas no sistema de suporte. Acredita-se que a etnia esteja diretamente associada ao aparecimento do POP. Objetivo: Revisar estudos publicados nos últimos 5 anos para verificar a relação entre etnia e a incidência de prolapso de órgãos pélvicos em mulheres de diversas raças. Métodos: Revisão integrativa de literatura efetuada através de uma busca em artigos científicos publicados em revistas impressas e eletrônicas no período compreendido entre os anos de 2015 e março de 2020, nas bases PubMed, Bireme e PEDro. Resultados: Foram incluídos 4 estudos segundo os critérios de elegibilidade. Foram identificados estudos sobre diferenças étnicas em POP ou períneo descendente. A população estudada foi de mulheres afrodescendentes, caucasianas e asiáticas. Na avaliação metodológica, apenas um estudo foi considerado moderado, enquanto os demais foram considerados fortes. Conclusão: A análise dos dados foi capaz de demonstrar diferenças em sintomas, nos perfis genético, metabólico e de composição das fibras musculares. Observou-se que mulheres afrodescendentes apresentam maior índice de prolapsos de parede anterior, as caucasianas de parede posterior e asiáticas apresentaram maior descida uterina e prolapsos de cúpula vaginal.

Perfil Epidemiológico De Idosas Com Prolapso Genital No Estado Do Piauí

“…Tais resultados diferem do exposto na literatura por Rodrigues (2009) o qual afirma que os fatores de risco para o prolapso, também incluem raça negra, obesidade, herança genética e idade (o aumento deste fenômeno é diretamente proporcional ao risco de prolapso genital). Outro fator a considerar é que as mulheres afrodescendentes apresentam maior paridade, maiores dimensões hiatais e perineais e são mais flexíveis, tanto em repouso quanto durante a manobra de Valsalva, confirmando os resultados de maiores internações e gastos hospitalares na região Nordeste, dado o maior percentual de população negra (Alves et al, 2021). Em termos de etnia, sabe-se que as mulheres brancas e asiáticas têm um risco menor de desenvolver a doença do que as mulheres hispânicas.…”

“…O prolapso genital (PG) pode ser considerado como a herniação do conteúdo pélvico e/ou intraperitoneal através do intróito vaginal. Este é um problema multifatorial que está diretamente relacionado à ineficiência das estruturas musculares e ligamentares envolvidas.O prolapso tem nomes diferentes dependendo das estruturas envolvidas, a saber: cistocele (prolapso da bexiga pela vagina), colpocele (prolapso da parede vaginal), retocele (prolapso do reto pela vagina), enterocele (prolapso da parede vaginal posterior) e prolapso uterino(Alves et al, 2021;Araujo et al, 2020). Os estágios do prolapso são divididos em: estágio 0 (sem prolapso de órgãos pélvicos ao esforço); estágio I (prolapso maior que 1 cm acima do anel do hímen); estágio II (prolapso atinge aproximadamente 1 cm abaixo do anel do hímen); estágio III (o prolapso se estende 2 a 3 cm abaixo…”

Fisioterapia Pelvica no prolapso uterino: revisao

“…As disfunções do assoalho pélvico favorecem a descida de vísceras como útero, bexiga, reto ou parte do intestino delgado, a depender de qual estrutura dessas é envolvida o prolapso recebe nomenclaturas diferentes, sendo: cistocele (prolapso da bexiga através da vagina), colpocele (prolapso de parede vaginal), retocele (prolapso do reto através da vagina), enterocele (herniação interna do intestino delgado através da parede posterior da vagina) e prolapso uterino 1,2 .…”