(Nichols, 2001, p.20-21) v
AGRADECIMENTOSAo meu orientador Juarez, que desde o mestrado vem me mostrando o "caminho das pedras" da escrita científica e do complexo campo acadêmico. Seu cuidado em balancear rigor teórico-metodológico e liberdade criativa foram essenciais nesse trajeto.Às agências de fomento CNPq (processo 167767/2014-3) e Fapesp (processo número 2014/19616-4) pela concessão de bolsa de estudo, que permitiram com que eu realizasse com dedicação exclusiva este doutorado.Ao meu companheiro Renato Pavon, pelo amor, parceria e paciência ao longo dos anos. Agradeço aos momentos em que ele me tirou do trabalho para que eu pudesse olhar o mundo, retomar o fôlego e seguir em frente.Agradeço às pessoas em situação de rua, que por diversas maneiras contribuíram para a realização desta tese: na disposição para relatarem suas vidas, na sinceridade em exporem seus conflitos, nos inesperados cumprimentos em calçadas e rodoviárias, e na inspiração proveniente da beleza e insistência em manterem suas vidas mesmo com tantas privações. Espero que esta tese contribuía de alguma forma para a melhoria de suas condições de vida.À minha família, pela compreensão nos momentos de afastamento e pelo apoio ao longo de toda esta jornada. Em especial ao Vitor Borysow por ter acompanhado mais de perto o trabalho e contribuído com a melhoria do texto final.Aos trabalhadores e gestores da equipe de Consultório na Rua que fizeram parte desta pesquisa, pela receptividade, generosidade e por terem permitido com que eu participasse de seu cotidiano. Agradeço também aos entrevistados que colaboraram de maneira solícita com suas histórias de vida.Ao supervisor do estágio, Prof. Dr. Virgílio Borges Pereira, pelo acolhimento e disponibilidade em Portugal, e pelas contribuições valiosas à tese.E aos colegas do Laboratório de Avaliação em Saúde, pelo companheirismo e pelas contribuições oferecidas em diversos momentos. Os sujeitos que, apesar da precariedade, buscam manter sua higiene reconhecem, nesse ato, tanto um caminho para manter sua dignidade como estratégia para se misturar às "massas", serem invisíveis na multidão, e para serem recebidos em entrevistas e mesmo serviços de apoio. Apesar disso, percebem que a melhora da aparência física não é o único ingrediente para a integração social, pois mesmo limpos, sentem o peso do preconceito e os olhares implacáveis da sociedade (Dequiré, 2010).Iniciar a vida nas ruas exige o desenvolvimento de estratégias compensatórias diante das perdas e o uso de recursos de sobrevivência. As PSRs desenvolvem novas formas de organização para a superação de dificuldades e para a satisfação de 7 necessidades, e, ao mesmo tempo, incorporam as privações que a rua impõe (Varanda, et al., 2004). Elas carregam em seus corpos e nas suas maneiras de ser as marcas da miséria e da luta cotidiana pela sobrevivência, fatores que se sobrepõem a seus habitus, ou seja, às suas disposições constituídas ao longo de suas vidas e que podem ganhar novas configurações quando os agentes são inseridos em espaços sociais ...