Este artigo é uma versão traduzida e adaptada do Preface e Conclusion da obra: Moreira-AlmeidaResumo Contexto: O avanço no entendimento da mente e sua relação com o cérebro tem sido prejudicado por equívocos filosóficos e metodológicos. Objetivo: Discutir brevemente e propor diretrizes epistemológicas e metodológicas para uma frutífera investigação da relação mente-cérebro. Resultados: A relação mente--corpo ainda é um problema em aberto, não havendo evidências conclusivas de que a mente seja apenas um produto da atividade cerebral. Na exploração da mente, deve-se evitar a aceitação ou rejeição prematura de teorias, buscando não apenas evidências confirmatórias, mas também as falseadoras de uma teoria. Deve-se ampliar e diversificar a base empírica, buscando especialmente experiências humanas não usuais, tais como as chamadas experiências anômalas ou espirituais. A observação de fenômenos anômalos que não se encaixavam nos paradigmas estabelecidos foi essencial em revoluções científicas prévias. Tanto dados quantitativos quanto qualitativos devem ser valorizados. Para explicar a mente e suas múltiplas manifestações, é essencial haver abertura e rigor para criar, desenvolver e testar alternativas teóricas. Candidatos a paradigma de base tanto materialista quanto não materialista devem ter oportunidade de ser apresentados, aprimorados e testados. Conclusão: A ampliação e a diversificação da base empírica aliada a uma postura epistemológica e metodológica mais adequada são essenciais para o avanço da compreensão da relação mente-cérebro.
Moreira-Almeida A / Rev Psiq Clín. 2013;40(3):105-9Palavras-chave: Relações mente-corpo, psicofisiologia, epistemologia, consciência, metodologia.
AbstractBackground: Philosophical and methodological misconceptions have hampered advances in the understanding of mind and its relationship with the brain. Objective: To discuss and propose epistemological and methodological guidelines for a fruitful investigation of mind-brain relationship. Results: Mind-brain problem is still an open quest, there is no conclusive evidence that mind is just a product of brain activity. In exploring mind one should avoid premature acceptance or rejection of theories, searching not only for confirmatory evidence, but also for the falsifying ones. It is needed enlarging and diversifying the empirical basis, looking especially for unusual human experiences such as those called anomalous and spiritual. Observation of anomalous phenomena, that did not fit established paradigms, was essential in early scientific revolutions. Both qualitative and quantitative data must be valued. In order to explain mind and its myriad of manifestations, it is essential to have openness and rigor to create, develop and test theoretical alternatives. Both, materialist and non-materialist paradigm candidates deserve the same opportunity of being presented, improved and tested. Discussion: The broadening and diversification of the empirical base allied to a more fruitful epistemological and methodological stance are essential for...