Introdução: A pandemia da COVID-19 provocou alterações nos hábitos de vida e padrão alimentar da população, importantes gatilhos para as crises migranosas. Objetivo: Avaliar a associação entre comportamento alimentar e hábitos de vida e aumento das crises de migrânea em universitários na pandemia da COVID-19. Material e Métodos: Estudo descritivo, de corte transversal, retrospectivo, realizado com acadêmicos de universidade de Salvador, Bahia, entre dezembro/2020 a junho/2021. Os universitários foram convocados pelo Whatsapp® e pelo e-mail institucional e direcionados ao termo de consentimento livre e esclarecido e questionário, preenchidos via aplicativo de gerenciamento de pesquisa. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer 4.351.573. Dados analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Amostra de 83 indivíduos, 89,2% mulheres, 45,8% sedentários, 51,8% ganharam peso recentemente, 73,4% apresenta baixa ingestão hídrica, 59% têm dificuldade para conciliar e 50,6% têm dificuldade de manutenção do sono. Antes da pandemia, 7,3% relataram 7-14 dias de enxaqueca por mês e, após, aumento para 24,1%. 36,1% dos acadêmicos associaram alimentos às crises de enxaqueca, sendo os principais gatilhos: café (20,5%), chocolate (14,5%), embutidos (12%), álcool (9,6%) e açúcar (6%). O aumento dos dias com enxaqueca associou-se à dificuldade de manutenção do sono (p < 0,002). Conclusão: Apesar do resultado estatisticamente significante apenas entre a dificuldade em conciliar o sono e maior frequência de enxaqueca, as mudanças no estilo de vida e comportamento alimentar ocasionadas pela pandemia da COVID-19 também parecem implicar no aumento de dias com enxaqueca em universitários.