Exploração sexual juvenil nas águas amazônicas e suas interfaces com a escola

Abstract

Este texto intitulado “Exploração sexual juvenil nas águas amazônicas e suas interfaces com a escola” assinala os resultados do estudo de mestrado em Educação da Universidade Federal do Pará. Objetiva discutir as representações sociais de jovens alunos sobre exploração sexual nas balsas que transitam no arquipélago do Marajó, no Estado do Pará e o processo de escolarização vivido nesse contexto. Fundamenta-se na Teoria das Representações Sociais – TRS (MOSCOVICI, 2010; NASCIMENTO, 2002). São vistas no presente artigo as representações sociais (RS) constituídas pelos sujeitos da pesquisa e as implicações no processo de escolarização. Esses elementos e as análises teóricas apontaram que a exploração sexual nos rios e furos da paisagem amazônica é pouco visível e não possui a necessária problematização em muitos setores da sociedade. As ações do poder público não dão lugar para esse fenômeno em seu combate e enfrentamento. As medidas ao enfrentamento da exploração sexual presente nas águas amazônicas relacionam-se à implantação de programas de qualidade além da valorização desse universo escolar e sua comunidade, experiências positivas e potencializadores desses jovens alunos.
 Palavras–chave: Exploração sexual juvenil; Representações Sociais; Educação.

Com E Sem Dendê: Transformações Na Organização Do Trabalho Familiar Agrícola No Nordeste Paraense

“…1 Por ser considerada uma flex crop, a cultura do dendê pode ser aproveitada em diferentes setores: alimentícios, farmacêuticos, cosméticos e ração animal (ALONSO-FRADEJAS et al, 2016). MOTA et al, 2019;SAMPAIO, 2014;VIEIRA, 2015).…”

“…participar ou não de tais arranjos até o "sucesso" do seu desempenho(EULER et al, 2017;MINOT;RONCHI, 2014).Em um estudo sobre produtores de dendê integrados na Indonésia,Cahyadi e Waibel (2015) apontam que a eficácia da integração produtiva é maior quando os agricultores participantes possuem diversificação de recursos e apoio mínimo, pois a queda do preço pode resultar em graves choques na manutenção dos GDs.No Pará, a produção de dendê por agricultores familiares também apresentou um quadro de fragilidade no suporte à reprodução social porque a inserção do dendezeiro nos sistemas produtivos repercutiu na segurança alimentar (diminuição de cultivos alimentares), na disponibilidade de mão de obra (em âmbito familiar e comunitário), na feminização do trabalho na agricultura (devido à migração de membros masculinos do GD) e na especialização da produção (MOTA; RIBEIRO;SCHMITZ, 2019;SAMPAIO, 2014;SILVA, 2016;VIEIRA, 2015).Nossas análises neste artigo concentram-se nas transformações da organização do trabalho familiar em duas escalas de tempo: i) o trabalho familiar sob a condição de integração à dendeicultura e ii) o trabalho familiar após a ruptura contratual com as agroindústrias. Para tanto, compreendemos como componentes da organização do trabalho a divisão do trabalho, o portfólio de atividades (agrícolas e não agrícolas), a mão de obra e o mercado de trabalho (MOTA; RIBEIRO; SCHMITZ, 2019).O conceito de reprodução social privilegiado no trabalho é deAlmeida (1986), que examina como a unidade doméstica combina o uso dos recursos naturais, o saber acumulado e o trabalho para atender as necessidades de consumo da família a curto prazo.…”