Exposição ocupacional ao benzeno no Brasil: estimativas baseadas em uma matriz de exposição ocupacional

Abstract

Resumo: Estima-se o número de trabalhadores expostos e a prevalência da exposição ocupacional ao benzeno no Brasil. Por causa da falta de mensurações locais disponíveis para a pesquisa, empregaram-se dados de uma matriz de exposição ocupacional, a Finnish National Job-Exposure Matrix (FINJEM), que contemplam proporções de expostos ao benzeno calculadas com medidas ambientais. No Brasil, o Censo Demográfico de 2010 identificou 86.353.839 trabalhadores ativos e ocupados. Aplicando-se os parâmetros da FINJEM, estimou-se que 7.376.761 (8,5%) pertenciam a grupos ocupacionais potencialmente expostos, enquanto 770.212 foram considerados expostos ao benzeno, correspondendo a uma prevalência ponderada por grupo ocupacional de 0,9%, maior em homens (1,1%) que em mulheres (0,6%). Expostos se concentraram no grupo de Operadores e Mecânicos de Máquinas e Motores (62%). O número de expostos e a prevalência da exposição ocupacional ao benzeno são elevados mesmo considerando parâmetros da Finlândia, sugerindo a necessidade de monitoramento e controle desse cancerígeno no Brasil.

Leukemia Mortality among Benzene-Exposed Workers in Brazil (2006–2011)

“…The distribution of workers by occupational group is provided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), regardless of the type of job contract, i.e., formally registered or having informal jobs. Based on this occupational distribution and on FINJEM [ 11 ], the number of workers potentially exposed to benzene at the workplace was estimated [ 10 ] and then utilized to calculate leukemia mortality rates for each occupational group. Because of changes in the occupational coding system, the study time was limited to the period 2006 to 2011.…”

“…In Brazil, occupations have been registered in death certificates through codes of the Brazilian Classification of Occupations-2002 (CBO-2002), based on the International Standard Classification of Occupations (ISCO-8812), since 2006 [ 12 ]. In the present study, the FINJEM occupational groups were utilized, which enabled the use of the estimated number of benzene-exposed workers in Brazil [ 10 ]: (1) Chemists; (2) Laboratory assistants; (3) Service station attendants; (4) Upholsterers; (5) Leather cutters for footwear; (6) Shoe sewers; (7) Lasters and sole fitters, not elsewhere classified (nec); (8) Footwear workers, nec; (9) Machine and engine mechanics; (10) Painters, lacquerers and floor layers; (11) Printers; (12) Occupations in graphics, (13) Distillers; (14) Cookers, furnacemen (chemical processes); (15) Refinery/occupations in chemical industry; (16) Rubber product workers; (17) Laundry workers. According to FINJEM, workers from these occupational groups are potentially exposed to benzene because the Finish available workplace measurements were equal to or higher than 0.1/ppm on average over one year [ 11 ].…”

“…No occupation or trade-specific estimates were found. A recent study estimated the number of workers potentially exposed to benzene by occupational groups based on the Finnish National Job-Exposure Matrix (FINJEM) after matching their codes to those of the Brazilian Classification of Occupations [ 10 ]. In the present study, we used these data and death records to estimate the average annual leukemia mortality rate among benzene-exposed and non-exposed groups by each potentially exposed occupational group.…”

Exposição ao benzeno em trabalhadores de postos de gasolina: Uma revisão integrativa da literatura

“…A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), desde 1982, reconhece o seu potencial carcinogênico. O benzeno é encontrado em diversos meios e produtos como: petróleo, carvão mineral, condensado de gás natural, nos processos de síntese química e na produção de aço (Correa & Santana, 2016;Nogueira, 2016;Campos et al, 2017).…”

“…A exposição desta população ocorre por longos períodos e por diversas vias, principalmente a via respiratória, por meio da inalação de seus vapores. A exposição ocorre de forma crônica, na qual, a suscetibilidade aos seus efeitos tóxicos é maior, logo, é imprescindível que se faça a monitorização biológica da saúde destes trabalhadores (D'Alascio et al, 2014;Correa & Santana, 2016).…”