“…Todavia, sendo uma identidade local e comum, sendo que 6% da população é muxe (GRAUL, 2019, p. 44), sempre há uma vizinha ou uma parente muxe para amparar a criança (BARBOSA, 2016, p. 9;BOTTON, 2017, p. 29). Esse imaginário da muxe enquanto a filha que cuida dos pais na velhice, se dá, sobretudo, porque dificilmente elas se casam e constituem família própria, principalmente porque lhes são negadas o direito (básico) ao amor, possuir um relacionamento "oficial" com uma muxe é malvisto pela comunidade (BARBOSA, 2016, p. 26;VÁZQUEZ;CÁZAREZ, 2017, p. 519). Além disso, muitas vezes a aceitação da família só é motivada por interesses financeiros-laborais: a muxe é uma fonte de renda para os pais idosos e pobres, além de exercer as funções domésticas do lar, como limpar, cozinhar e dar assistência (MIANO, 2010(MIANO, , p. 2450BOTTON, 2017, p. 24).…”