Extensão rural, agronegócio, agricultura familiar e vida no campo: representações da ruralidade no Globo Rural

Abstract

Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC-BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. A discussão teórica articula as concepções de lugar de fala e representações midiáticas, bem como problematiza as acepções de cultura e de ruralidade. A metodologia se pauta no levantamento das matrizes de sentido em que são empregadas pelo programa para tratar do rural. O corpus é composto de 14 reportagens, extraídas da edição de domingo do telejornal, entre os meses de março e maio de 2014. Na análise, essas reportagens aparecem estruturadas em quatro categorias temáticas, que são acionadas para o entendimento das representações da ruralidade no programa. Palavras-chave:Globo Rural, representações, ruralidade. ABSTRACTThe aim of this study is to identify the main representations of the rural in Globo Rural television reports. The theoretical discussion articulates the conceptions of place of speech and representations as well as discusses the meanings of culture and rurality. The methodology looks for the matrices of meaning employed by the program to talk about the rural. The corpus is composed of 14 TV news reports, extracted from editions of the program that were displayed between the months of March and May 2014. In the analysis, these reports are structured in four thematic categories, which are used to understand the representations of rurality in the program.

Extensão Universitária Para a Agricultura Familiar

“…A agricultura familiar representa 76,82% das propriedades rurais do país, respondendo por 72,59% das propriedades rurais de Felixlândia-MG (Ibge, 2017). Esse grupo pode ser caracterizado pela vida em comunidade, compartilhamento de código de conduta comunitário, gestão familiar da propriedade e maximização da utilização da mão de obra familiar (Prado & Ramirez, 2011;Abramovay, 2012). Entretanto, em função do acesso indireto aos mercados, muitas vezes esses produtores são explorados e vivem em condições sociais precárias.…”

“…Essa adequação metodológica está de acordo com a nova Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER) (Brasil, 2004) que propõe metodologias democráticas, dialógicas e participativas. Essa nova metodologia se opõe ao difusionismo tecnológico implementado no Brasil como método de extensão a partir da modernização agrícola da década de 1960 (Caporal, 2003;Prado & Ramirez, 2011;Alves, 2013).…”

“…Essa superioridade da assistência técnica continuada também foi observada por Gomes et al (2018), que afirmaram que os produtores assistidos por mais tempo eram tecnicamente mais eficientes e tiveram a tendência de aumento da produção com ganhos de eficiência e de produtividade. Além disso, fica evidente que metodologias contínuas de acompanhamento possibilitam que os extensionistas desenvolvam trabalhos de educação com os produtores que passam a agir de forma mais consciente e racional (Freire, 1983;Prado & Ramirez, 2011). Do ponto de vista universitário foi possível auxiliar na formação de oito estudantes de pós-graduação e 23 estudantes de graduação.…”

Apoio À Aquicultura Ornamental No Município De Patrocínio Do Muriaé – Mg

“…A perspectiva extensionista também não se faz neutra ou única, sendo diversas suas concepções e diferentes as metodologias de ação. Estas vão desde aquelas mais impositivas (Prado & Ramirez, 2011), adialógicas e messiânicas (Freire, 1969), àquelas que se fundamentam pela dialogicidade, troca de saberes, reconhecimento da autonomia, protagonismo e independência do público alvo (Freire, 1983a). Desta maneira, a extensão como campo de ação também se apresenta como algo em disputa que envolve até mesmo "modelos" e concepções de universidades.…”

“…Em sua metodologia, o projeto visa o desenvolvimento de comunidades (Prado & Ramirez, 2011) e propõe que sejam realizadas reuniões comunitárias para elencar demandas das comunidades e dos produtores individualmente. Em seguida, os grupos de estudantes, com o auxílio dos docentes, determinam as ações necessárias para cumprir as demandas propostas pelas comunidades, utilizando metodologias dialógicas e participativas, conforme apontado por Prado e Ramirez (2011).…”