ResumoO sistema linfático é um componente do corpo humano intimamente relacionado ao sistema venoso. Entretanto, o conhecimento científico a seu respeito é limitado. A etiologia e os fatores de risco para o desenvolvimento do linfedema no pós-operatório de câncer de mama são multifatoriais e ainda não foram completamente esclarecidos. O objetivo desta revisão da literatura foi descrever o padrão linfocintilográfico e avaliar as compensações linfáticas do membro superior no pós-operatório de câncer de mama com dissecção axilar.
Palavras-chave:Sistema linfático, drenagem linfática, dissecção axilar, linfocintilografia, câncer de mama.
AbstractThe lymphatic system is a component of the human body that is closely related to the venous system. However, scientific knowledge of this system is limited. The etiology and risk factors for the development of postoperative lymphedema in patients with breast cancer seem to be multifactorial and have not been fully understood yet. The objective of this review of the literature was to describe lymphoscintigraphic pattern and to evaluate upper limb lymphatic compensation following breast cancer surgery with axillary dissection.Keywords: Lymphatic system, lymphatic drainage, axillary dissection, lymphoscintigraphy, breast cancer.
IntroduçãoO câncer de mama apresenta grandes e significativos índices de mortalidade entre as mulheres, sendo o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum entre a população feminina. No Brasil, para o ano de 2008, são esperados 49.400 novos casos, com uma taxa bruta estimada de 51 casos para cada 100.000 mulheres 1 .De acordo com a American Cancer Society, existem hoje nos Estados Unidos entre 1 e 2 milhões de sobreviventes ao câncer de mama, e cerca de 15 a 20% delas convivem diariamente com algum desconforto ou incapacidade em seus membros superiores. Estima-se que entre 120.000 e 600.000 pacientes sofram de alguma complicação pós-operatória 2 .O linfedema de membro superior ipsilateral à mama operada, complicação com tempo de instalação variá-vel entre 2 e 92 meses, com média de 14 meses 3,4 , apresenta incidência entre 24 e 49% após mastectomia, entre 4 e 28% após tumorectomia com dissecção axilar 5 e 34% após cirurgia combinada à radioterapia 6 , promovendo um substancial prejuízo funcional e psicológico para a paciente.O linfedema é a complicação pós-operatória mais comum, e seus efeitos adversos afetam diretamente a qualidade de vida das pacientes. Embora sua incidência esteja diminuindo devido ao diagnóstico precoce e ao